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Brasileiros podem ter renda insuficiente na aposentadoria


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Fonte: Revista apólice

Grande parte dos brasileiros está vulnerável a viver na pobreza na fase de sua aposentadoria, caso não se prepare antecipadamente e corretamente para isso. Aqueles que são dependentes de uma única fonte de renda são os que têm a maior probabilidade de cair no que é chamado de "armadilha da vulnerabilidade", já que acreditam ter condições de manter o mesmo padrão de vida na terceira idade, mas só percebem que isso não é possível quando já estão nela. Essa é uma das conclusões da pesquisa "O Futuro da Aposentadoria - Investindo na Melhor Idade", divulgada, mundialmente, pelo Grupo HSBC.

A pesquisa ouviu 21 mil pessoas. Elas foram divididas entre ativas (de 40 a 59 anos) e aposentadas (de 60 a 79 anos). O estudo, que teve como temas principais Expectativas, Opção, Preparo Financeiro e Vulnerabilidade, destaca as maneiras pelas quais as pessoas, em todo o mundo, estão se preparando para as suas aposentadorias. No Brasil, foram entrevistadas 1000 pessoas, 47% homens e 53% mulheres, a grande maioria moradoras de áreas urbanas.

EXPECTATIVAS

Muitos governos prometeram aposentadorias públicas generosas a partir dos 60 ou 65 anos, mas estes recursos estão se tornando cada vez mais insustentáveis na medida em que a expectativa de vida das pessoas está aumentando. No Brasil, 48% das pessoas ativas e 50% dos aposentados acreditam que os governos deveriam arcar com a maior parte dos custos financeiros na aposentadoria. Porém, a confiança de que os governos são capazes de cumprir com essa obrigação é baixa. No Brasil, apenas 36% dos entrevistados acreditam que isso irá acontecer.

OPÇÃO

As alternativas mais comuns adotadas pelos governos - como aumento de impostos, redução dos benefícios e pensões do sistema público ou aumento da idade de aposentadoria - são rejeitadas no Brasil. No país, 50% das pessoas ativas e 40% dos aposentados acreditam que os governos deveriam, em primeiro lugar, incentivar a previdência complementar. De acordo com a pesquisa, os brasileiros reconhecem a necessidade de financiar sua velhice, não sentem confiança no governo para garantir a sua aposentadoria e acreditam que a melhor alternativa para prover o sustento da população que envelhece é o governo incentivar a previdência complementar.

PREPARO FINANCEIRO

No Brasil, há um grau de otimismo em relação à segurança financeira e ao padrão de vida na fase da aposentadoria. As pessoas ativas não esperam que seu padrão de vida venha a piorar quando pararem de trabalhar. A maioria das pessoas que já se aposentou também não sente que seu padrão de vida piorou. Entre 48% e 61% dos entrevistados que trabalham e aposentados não estão preocupados em ter condições de sustento financeiro no futuro.
No País, cada um dos quatro pilares (governo, empregador, a pessoa e a família) é visto como contribuinte para a renda de aposentadoria. Entretanto, o governo é visto como o contribuinte mais importante para a renda de aposentadoria, enquanto que filhos/família é percebido como o menos importante.

VULNERABILIDADE

Uma pequena proporção das pessoas estará bem preparada para a aposentadoria e completamente protegida, provavelmente serão homens saudáveis, com uma boa fonte de renda profissional. Uma proporção semelhante estará totalmente desprotegida na aposentadoria, pessoas com uma fonte de renda profissional insuficiente e dependentes de suas famílias e comunidades para seu sustento.

Entre esses extremos está o maior grupo: os vulneráveis a cair na pobreza mais tarde na vida, a não ser que se preparem. Aqueles que são dependentes de uma única fonte de renda de aposentadoria são os que têm a maior probabilidade de cair no que é chamado de "armadilha da vulnerabilidade", e é aqui que governos, comunidades e a iniciativa privada devem agir em conjunto.

Lares de baixa renda, mulheres e pessoas cujas condições as impedem de trabalhar na velhice são especialmente vulneráveis financeiramente na aposentadoria.

Benefícios e pensões do sistema público são apontados como a principal fonte de renda de aposentadoria no Brasil: 87% para os que ainda trabalham e 81% para os já aposentados.

Essa fonte é seguida por poupança (13% dos ativos e 19% dos aposentados) e aluguel de propriedades (16% dos que trabalham e 12% dos aposentados). Títulos e ações e venda de ativos são vistos como a principal fonte de receita por menos de 6% dos entrevistados.

Entre as economias pesquisadas nas Américas, o Brasil tem a maior proporção de medo de doença/incapacidade e dependência, apresentando a mais alta proporção de medo de não ter dinheiro suficiente na aposentadoria.

No País, 69% dos que trabalham têm medo de não ter dinheiro suficiente na velhice, 79% temem a dependência e 76% temem doença/incapacidade. Entre os já aposentados as proporções são 57%, 73% e 72% respectivamente. O temor sobre esses fatores é maior entre as mulheres do que entre os homens.

LEGADO

A maioria das pessoas quer deixar algo para seus filhos, mas isso não quer dizer dinheiro. Existe uma tendência clara para as pessoas escolherem valores menos tangíveis, que chamamos de perspectiva da vida, em detrimento de bens, como casa própria/patrimônio. Em geral, as mulheres têm maior probabilidade de querer que seus filhos herdem esses valores. Isso pode ser um reflexo dos altos níveis gerais de vida e bem-estar entre os entrevistados (urbanos) no Brasil, que apontam a herança de bens materiais menos necessária.

No Brasil, 80% dos que trabalham querem que seus filhos herdem valores como: seu conhecimento (50%), sua religião (12%), sua maneira de dar/apoiar a comunidade (9%) e espírito/senso de humor (9%). Somente 20% querem transmitir a seus herdeiros bens materiais: casa própria/patrimônio (14%), seu dinheiro (5%) e seu negócio/carreira (1%).

Entre os aposentados, 82% querem que seus filhos herdem valores como: seu conhecimento (50%), sua religião (14%), sua maneira de dar/apoiar a comunidade (12%) e espírito/senso de humor (6%). Apenas 18% querem transmitir a seus herdeiros bens materiais: casa própria/patrimônio (15%) e seu dinheiro (3%).


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