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Negócio com inclusão social


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Fonte: IRB

Os produtos destinados as classes C, D e E podem levar o mercado de seguros brasileiro a dobrar de tamanho nos próximos quatro ou cinco anos, segundo avaliação do consultor José Luiz Valente, para quem é preciso ter a clareza de que microsseguro não é filantropia, é um negócio, mas que envolve a inserção social. Segundo ele, não há nenhum país no mundo tão engajado em promover este novo nicho do que o Brasil. Ele explicou que o tema, contudo, é novo, sobre o qual não há ainda verdades definidas e soluções prontas.

Nossos desafios são quebrar paradigmas, simplificar os contratos, regulamentar o novo produto da forma mais simples possível e discutir o modelo ideal - disse José Luiz Valente, que, inclusive, falou sobre o assunto esta semana em palestra do Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro (CVG-RJ).

Ele julgou necessário ainda definir quem são os canais de distribuição do novo seguro. Otimista, o consultou provocou o mercado: "Será que até 2012 não somos capazes de dobrar o nosso mercado?".

Mas na opinião do especialista uma vez viabilizado o microsseguro, o mercado de seguros pode dobrar. Para o especialista, "o microsseguro é o mercado do futuro, do qual o País não pode ficar fora".

MISSÃO. José Luiz Valente afirmou que no Brasil há 130 milhões de pessoas que não possuem seguro e pertencem às classes C, D e E e seriam o público-alvo dos novos produtos em pauta. No mundo inteiro, segundo ele, esse número chega a 4 bilhões de pessoas.

Já o titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergilio dos Santos Júnior, assinalou que objetivo do microsseguro é realmente incluir as pessoas das classes menos favorecidas no mundo securitário, onde elas possam obter os benefícios das coberturas de seguro e previdência. "O produto é uma ferramenta de inclusão social fundamental para se promover uma política justa de assistência social à população mais necessitada", disse, para em seguida afirmar:

O microsseguro vai aculturar as pessoas, fazendo-as sair das classes mais baixas e subindo na pirâmide, aumentando a base de consumo. O microsseguro não existe ainda, não é um seguro barato, nem com meia cobertura, nem com meio preço. Temos uma missão dada pelo ministro Guido Mantega, (da Fazenda) de, ainda este ano, estabelecer as condições necessárias para a implementação deste modelo aqui no Brasil.

BIRD. Sobre o tema, a diretora da Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), Maria Elena Bidino, revelou que o Banco Mundial (Bird) enviará uma missão ao Brasil, no final deste mês, para avaliar o potencial do mercado local visando ao lançamento de produtos voltados para as camadas mais pobres da população. Os técnicos da instituição irão, inclusive, participar de evento sobre o assunto que a Fenaseg realizará no Rio de Janeiro, no próximo dia 31.

Ela frisou que um dos modelos de comercialização de microsseguro que o Brasil pode olhar com "mais atenção" é o adotado no México. "Os dois países têm muitos pontos em comum, mas o resultado do microsseguro pode ser bem mais expressivo no Brasil, pois a nossa economia é bem maior que a mexicana", argumentou, ressaltando que é importante também verificar outros modelos, como aliás já vem sendo por autoridades e lideranças do mercado, em viagens pela Ásia e Europa.


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