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Redução de emissões de poluentes dos países é o caminho no combate contra as mudanças climáticas


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Fonte: Revista Meio Filtrante

Em 2005, ano de grandes catástrofes provocadas pelo clima - como o furacão Katrina, que devastou parte do sul dos Estados Unidos -, as companhias de seguro em todo o mundo gastaram US$ 60 bilhões em indenizações. Nos últimos trinta anos, o número de indenizações por perdas relacionadas a eventos climáticos cresceu quinze vezes. Atualmente, cerca de 40% dos danos cobertos pelos seguros são relativos a enchentes e tempestades. Estima-se que, entre 2010 e 2019, a média anual desses gastos chegue a US$ 41 bilhões. Esse quadro só pode levar a uma conclusão. "As mudanças climáticas são um grande desafio para o setor financeiro", afirma Lutz Cleemann, chairman de Desenvolvimento Sustentável Corporativo do Grupo Allianz, uma das empresas líderes mundiais em seguros, serviços financeiros e administração de fundos. Cleemann esteve no Brasil para apresentar o estudo G8 Climate Scorecard, realizado pela consultoria alemã Ecofys a pedido da Allianz e da ONG WWF International. Esse estudo avalia se os países do G8 - os sete países mais desenvolvidos do mundo, mais a Rússia - estão no caminho certo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O aumento da concentração na atmosfera dos gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, provoca o aumento de temperatura e as conseqüentes mudanças no clima. De acordo com os dados publicados em um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), seria preciso que os países desenvolvidos reduzissem a emissão dos gases de efeito estufa em 80% (em relação aos níveis observados em 1990) até o ano de 2050. O G8 Climate Scorecard usou nove indicadores para calcular se os oito países estão implementando ações que os permitam alcançar essa meta, como eficiência energética, uso de energias renováveis e desenvolvimento do mercado de carbono. De acordo com os resultados, os passos ainda são lentos demais. Os três melhores colocados no ranking são Reino Unido, França e Alemanha, mas nem esses fazem o suficiente - estão apenas no meio do caminho em relação às mudanças necessárias para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Logo abaixo vêm Itália e Japão. As últimas colocações ficam com a Rússia, o Canadá e os Estados Unidos. Isso não foi surpresa, já que os dois últimos continuam a aumentar as emissões, e os Estados Unidos nem sequer ratificaram o Protocolo de Kyoto, que prevê a redução média de emissões em 5,2% (sobre níveis de 1990) para os países industrializados.


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