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Guia do Seguro: expectativa de crescimento do mercado para 2008 é de 20%


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Fonte: Zero Hora

Estabilidade econômica e maior oferta de crédito favorecem o aumento das vendas

Quem tem, espera nunca precisar deles. No entanto, o mercado de seguros não pára de crescer no Brasil. Para 2008, a expectativa da Superintendência de Seguros Privados (Susep), vinculada ao Ministério da Fazenda, é que o segmento atinja um crescimento de aproximadamente 20% no país, superando os 17% registrados no ano passado e totalizando um faturamento superior a R$ 78 bilhões.

Entre as motivações para o aumento da demanda por seguros, estão fatores como estabilidade econômica, aumento da concessão de crédito e redução dos riscos. A profissionalização do segmento também contribui, ampliando a confiança do consumidor.

- O mercado de seguros está em constante evolução, melhorando o atendimento e reduzindo as reclamações por dúvidas de interpretação de direitos e obrigações - afirma Jorge Martinez Caminha, membro da Comissão de Automóvel da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenaseg).

Existem diversos tipos de seguros no mercado: empresariais, patrimoniais, residenciais, agrícolas, automotivos, de vida, saúde, responsabilidade civil, transporte de pessoas e cargas, para embarcações e aviões, entre outros. Além disso, coberturas especiais podem incluir partes do corpo, coleções valiosas ou até mesmo animais de estimação.

- Jogadores de futebol entram em campo com seguro de suas pernas. Músicos fazem seguros para suas mãos. Há enologistas que fazem seguros do nariz, órgão fundamental para a degustação do vinho. Cantores e cantoras seguram as cordas vocais, e empresas de turismo buscam a proteção contra efeitos climáticos que frustram viagens de férias - acrescenta Celso Vicente Marini, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul (Sincor-RS).


Segmento de seguro de carros cresce 22%


Com tamanha oferta, o desenvolvimento do setor no Brasil superou em três vezes o registrado no resto do mundo.

- O Brasil passa por um crescimento generalizado da economia, o que influencia todo o mercado. Se são vendidos mais automóveis, cresce a procura por seguros automotivos.

Ao haver incremento na construção civil, registra-se maior venda de apólices imobiliárias - lembra Eduardo Estima, diretor da corretora Montejo, de Porto Alegre.

E os números confirmam: ao mesmo tempo em que a venda de carros bate recordes históricos em território nacional, os contratos de seguro automotivos registraram variação positiva de quase 22% no primeiro trimestre.

Em relação ao resto do mundo, os seguros patrimoniais brasileiros (residenciais ou empresariais) costumam ser mais baratos na modalidade riscos da natureza - vendavais ou furacões, por exemplo - pela periodicidade com que esses eventos são registrados. Contudo, são mais caros no que se refere a riscos vinculados à segurança pública, como roubos de casas ou veículos. Além disso, a carga tributária pesa no bolso do segurado, elevando o custo final do serviço.


Mais de dois séculos de história


O mercado brasileiro de seguros teve início em 1808, com a abertura dos portos ao comércio internacional, e era regido por leis portuguesas. A primeira companhia do setor foi a Boa-Fé, que atuava no setor marítimo. A regulamentação do segmento só surgiu em 1850, com a promulgação do Código Comercial Brasileiro (Lei n° 556, de 25 de junho de 1850). Cinco anos depois, foi regulamentado o seguro de vida, que incentivou a expansão do segmento e o interesse das empresas estrangeiras. De lá para cá, o ramo foi se aperfeiçoando e passando por diferentes regulamentações, até que, em 1929, surge a primeira empresa de capitalização do Brasil, a Sul América Capitalização SA. Hoje, a participação do mercado de seguros no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro chega a 3,17%, por meio da atuação de mais de cem companhias especializadas.


Resseguros


A abertura do mercado de resseguros - espécie de seguro do seguro, que transfere partes dos riscos do segurado para outra instituição, principalmente em contratos que superam a capacidade de cobertura da empresa contratada - também impulsionou o crescimento do setor no país. Com a implementação da Lei Complementar 126 (janeiro de 2007) e da Resolução 168 da Susep (dezembro do mesmo ano), outras empresas puderam investir nesse campo, até então de monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), hoje IRB-Brasil Re SA. As alterações aumentaram os interesses em um nicho com grande potencial - enquanto no Brasil os seguros representam pouco mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), em países desenvolvidos o índice chega a 7% -, e 13 das 20 maiores empresas resseguradoras do mundo já estão em operação no Brasil. Até o final de 2008, espera-se que mais de 40 resseguradoras estejam em atividade no país.


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