Este website utiliza cookies
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.
Fonte:
Fonte: A Tarde
Inicialmente, a Lei Seca - a proibição do uso de bebidas alcoólicas por condutores de veículos - causou uma série de reclamações.
Pouco mais de um mês da determinação da tolerância zero e das blitzes ostensivas em todo o Brasil, a nova postura do motorista, que está pensando duas vezes antes de tomar algumas doses de cerveja e depois assumir o volante do carro, pode refletir no setor de seguros de automóveis de forma positiva.
Especialistas das corretoras garantem que o valor do contrato do seguro de veículos pode sofrer uma redução de, no mínimo, 10%. O presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Jayme Garfinkel, fixou em três meses o prazo necessário para que o mercado reavalie os preços do seguro de automóvel, para incorporar os efeitos positivos da Lei Seca, que começa a reduzir fortemente o número de acidentes de trânsito e, em conseqüência, das vítimas e dos custos de reparação de veículos no País.
Na prática, a Lei Seca tem funcionado quase como um efeito dominó. A fiscalização ostensiva dos agentes de trânsito, com multa de R$ 957,70, mais suspensão da carteira de habilitação pelo prazo de 12 meses, para os motoristas que ingeriram álcool, provocou uma queda significativa nos índices de acidentes.
Em Salvador, por exemplo, houve uma redução de 43% no registro de colisões - segundo dados da Superintendência de Engenharia de Tráfego, foram 890 acidentes nos primeiros 15 dias da Lei Seca contra 1.570, em relação ao período anterior de duas semanas.
No setor de seguros, o índice de acidentes é o termômetro para medir o grau de risco do contrato de seguro e, principalmente, o perfil do segurado. Por isso, a queda nas estatísticas de sinistros de veículos tem sido comemorada pelas corretoras de seguros, que serão praticamente obrigadas a repassar a redução dos custos de sinistros para os contratos de seguros.
De acordo com Adalber Alencar, diretor de marketing e produto do Banco GMAC, administrador da carteira da Indiana Seguros, "o valor do prêmio do seguro (valor pago pelo segurado para a contratação do seguro) pode ficar menor. A redução do índice de acidentes deve ser repassada para o cliente". Porém, acredita Alencar, o impacto da Lei Seca somente começará a ser assimilado na apólice de seguro a partir de 2009. "Precisamos de uma avaliação mais consistente do mercado. O preço do seguro de veículo só vai cair se as fiscalizações de trânsito continuarem e os acidentes diminuírem também", pontua Alencar.
IMPACTO - Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a frota brasileira de veículos é de cerca de 50 milhões de unidades. A Federação Nacional dos Corretores de Seguros estima que apenas 25% dos veículos nacionais possuem cobertura de seguro. Sérgio Petzold, vicepresidente da entidade, adianta que a queda nos índices de acidentes de veículos, além de diminuir o valor dos futuros contratos de seguro, poderá também atrair novos clientes.
Petzold acredita que o setor de seguros deverá começar a repassar a redução do valor das apólices em um prazo de cinco ou seis meses. Segundo ele, o preço médio do seguro de um Fiat Palio zero km, por exemplo, poderá cair de R$ 1.700 para R$ 1.500. "O custo ficará cerca de 10% mais baixo, podendo ser até maior", indica Petzold. Além disso, admite ele, o sinistro por fraude - de cada quatro ocorrências, uma é fraude no País - também poderá diminuir.
"A fraude no seguro influencia também o valor da apólice e dos contratos de seguro", garante.
Um dos itens que mais oneram o valor do seguro de veículos é o custo da reparação. Hoje, o preço médio do serviço de reparação em um veículo compacto não sai por menos de R$ 3,5 mil.
Nas seguradoras, o valor das apólices é feito com base no ranking CAR Group, do Centro de Experimentação de Segurança Viária (Cesvi Brasil). A classificação funciona da seguinte forma: quanto menor o número do grupo, melhores as características de reparabilidade. Os grupos de veículos seguem uma escala de 10 a 60, sendo 10 o melhor.
De acordo com o supervisor técnico do Cesvi Brasil, Emerson Feliciano, as peças danificadas em impactos definem o custo da reparabilidade dos veículos nacionais e, conseqüentemente, do preço do seguro. Feliciano diz que, entre os compactos, o novo VW Gol, novo Ford Ka e o Renault Sandero possuem nota 13. O VW Fox é o compacto melhor classificado, com nota 10.
Quem não tem seguro também pode se beneficiar da Lei Seca, já que corre menos riscos de se envolver em acidente e, portanto, de ter que gastar com reparos.
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.