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GM: Lei Seca pode reduzir seguro


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Fonte: Diário do Comércio - SP | SP

A Lei Seca entrou em vigor no País a partir de 20 de junho e já reduziu o número de vítimas fatais nas estradas federais. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, em julho foram registradas 530 mortes, número 14,6% inferior a igual mês de 2007. Diante desses números, o banco GMAC, da montadora General Motors, projeta queda de 5% a 10% nos valores dos seguros a partir de 2009.

Para o diretor de marketing e produtos do GMAC, Adalber Alencar, houve um impacto positivo provocado pelas notícias de redução nas mortes e acidentes de trânsito.

Ele explica que o prêmio do seguro de automóveis é composto dos seguintes fatores: perda parcial por colisão ou incêndio, perda total pelos mesmos motivos e perda total por roubo e furto. E lembra que a seguradora cobra uma taxa pelos seus custos e pelos serviços oferecidos. "Acredito que, com a queda de preços, as seguradoras aumentarão a oferta de serviços relacionados à manutenção dos automóveis. Isso já acontece nos Estados Unidos e na Europa", diz.

Outro lado - A Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) não está tão otimista. Seu presidente, Jayme Garfinkel, fixou um prazo de três meses para que o mercado possa reavaliar os preços dos seguros de automóveis após a implantação da Lei Seca.

Segundo a Fenseg, as indenizações pagas por colisões representaram 54%, ou R$ 2,5 bilhões, dos desembolsos totais em 2007. Ocorrências como roubo e furto são a segunda causa de indenizações de carros de passeio no Brasil. Elas responderam por 42% das verbas de seguros em 2007.

"Sabe-se que o número de vítimas de acidentes caiu, mas o mercado de seguros ainda precisará de mais algumas semanas para identificar a tendência da sinistralidade. Mas é óbvio que, se caírem as vítimas de acidentes de trânsito e baixarem os sinistros por colisões, tudo vai diminuir e impactar positivamente no preço", diz Garfinkel. Mas ele não aceita as projeções iniciais de queda de, no mínimo, 10%.

A Porto Seguro também considera prematura qualquer expectativa de queda de preços nos seguros. O diretor do produto auto, Marcelo Sebastião, ressaltou que é preciso que se aguarde um pouco mais para analisar os impactos da Lei Seca, pelo menos por, no mínimo, seis meses. "A lei tem que ser perene e realmente permanecer com a aplicação total de suas regras", diz.

Sebastião lembrou que dos 40 milhões de carros que circulam pelo País, apenas entre 9 milhões e 11 milhões são segurados. E afirmou que o mercado não delibera apenas em função dos resultados da Lei Seca. Para ele, deve-se levar em conta que os preços das peças adquiridas para reparar automóveis sofrem, muitas vezes, correções acima da inflação oficial.

Os bancos também foram cautelosos e preferiram não se pronunciar a respeito de uma eventual queda de custo. A assessoria de imprensa do Bradesco Seguros e Previdência S/A informa que os efeitos da Lei Seca só serão conhecidos dentro de algum tempo. O que a entidade afirma é que se persistir o rigor na fiscalização, é natural que ela se reflita no valor das apólices.


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