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Natureza sinistra


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Fonte: Foco Economia e Negócios

No dia 09 de dezembro de 2007 a terra tremeu em Caraíbas, município de Itacarambi, em Minas Gerais, colocando o tema "catástrofe natural" em evidência no Brasil.Todas as casas do lugarejo sofreram danos, e uma parede caiu sobre uma criança de 5 anos, que morreu. Assim, o País teve a sua primeira vítima de um tremor de terra. O governo de Minas Gerais precisou desembolsar recursos para retirar a população local e reconstruir a cidade, com menos de 100 prédios, em outra região. Se antes nem se ouvia falar em terremotos no Brasil, dos quais pensávamos estar livres para sempre, o assunto se tornou comum do ano passado para cá. (ver quadro).Também se fizeram presentes tufões no Sul. Já não se pode mais dizer que esta terra, abençoada por Deus, não tem catástrofes naturais.

Ao aquecimento global vem se atribuindo a culpa pelas mudanças climáticas, com o crescimento do número de catástrofes que boa parte do mundo tem assistido. A fúria das águas, dos ventos, do fogo e o movimento indócil das camadas mais profundas do planeta atingem, também, a economia. A indústria mundial de seguros foi umas das primeiras a sentir esses impactos, e teve de investir em novas formas de realizar seus negócios, por causa das perdas que vem amargando. Muitas seguradoras não computavam os custos com mudanças climáticas, até 2005. Foi o ano do tsunami na Asia, dos furacões na América - com nomes de mulheres como Katrina, Wilma e Rita - e de inundações na Europa, que provocaram perdas de US$ 60 bilhões. O Katrina, por exemplo, atingiu plataformas de petróleo do Golfo do México, onde havia muito patrimônio segurado. A partir daí, as empresas passaram a considerar em suas apólices o peso desses desastres. Algumas até deixaram de vender seguro para pessoas que moram em regiões expostas às catástrofes. Em 2006, de acordo com o relatório anual da resseguradora alemã Munich Re, as perdas ocasionadas por catástrofes foram um pouco menores: US$ 50 bilhões. Mas, em 2007, os desastres naturais voltaram a ser freqüentes - foram 950, 100 a mais do que no ano anterior - e os cus-tos subiram 50%, chegando a USS 75 bilhões. Foi o maior número registrado desde 1974, ano em que a Munich Re iniciou o seu histórico, o NatCatService. O evento de maior custo foi o terremoto do Japão, com perdas de US$ 12,5 bi hões.A tempestade Kyrill, na Europa, pesou aos cofres da indústria de seguros cerca de US$ 5,8 bilhões.

Projetar o futuro para diminuir os riscos não é uma alternativa, mas uma necessidade fundamental para a indústria do seguro. A Swiss Re, maior resseguradora do mundo, avaliou que as mudanças no lima e os conseqüentes desastres naturais podem atingir US$ 150 bilhões em dez anos. Quanto mais possibilidades de tempestades violentas e freqüentes, ondas de calor, enchentes, tornados, ciclones e tremores de terra, mais altos são os riscos das operações. O pior, no entanto, é que se a interferência humana crescer muito, aumentando a ocorrência e a intensidade desses eventos, o sistema socioeconômico poderá se tomar incapaz de uma adaptação, alertam os relatórios da Swiss Re.

Custos

A mais recente projeção de custos lança o olhar para os próximos 15 anos, e saiu da pesquisa G8 Climate Scorecards, que o Grupo Allianz e a WWF encomendaram para a Consultoria Ecofys. O estudo, apresentado no Japão durante a última reunião do G8, e no Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, promovido pela Allianz no Brasil, avalia as ações do grupo de países ricos, o G8, e de cinco países em desenvolvimento, o G5, formado por Brasil, China, India, México e Africa do Sul, para combater as alterações do clima.

A análise leva em consideração a vulnerabilidade e a capacidade dos países reagirem ao aquecimento global. A pergunta que se fez foi como o comporta


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