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Proteger executivos já custa 50% menos


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Fonte: Jornal do Commercio RJ | Seguros | RJ

Preço da cobertura de responsabilidade civil para diretores da empresa caiu até 50% este ano. Receita da carteira despencou 18% até julho

Executivos com poder de gestão estão sendo diretamente favorecidos pelo aumento da concorrência entre as seguradoras na oferta do seguro de responsabilidade civil de administradores e diretores, também conhecido como seguro de D&O, sigla em inglês para Directors & Officers Liability Insurance. A entrada de novos operadores nesse mercado derrubou os preços do produto, que, este ano, já caíram em média 50% em alguns casos. A procura por esse tipo de cobertura continua grande, mas a disputa está mais acirrada. A competição, aliada à decisão do IRB Brasil Re de permitir que cada seguradora utilize o seu próprio critério de subscrição, teve reflexo direto no preço pago pelo consumidor, comenta o executivo responsável pelo seguro de D&O da Chubb do Brasil, Leandro Martinez.

A movimentação de receita do seguro de responsabilidade civil para executivos já indica a redução de preços, como revelam dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Depois de crescer 9,2% em 2007, quando o faturamento ficou próximo a R$ 100 milhões, a carteira despencou 18,2% de janeiro a julho deste ano, com prêmios de R$ 45,4 milhões, R$ 10 milhões a menos do que em igual período do ano passado.

Com o seguro de D&O, gerentes, diretores, administradores e conselheiros, bem como a própria empresa, se protegem de eventuais ações judiciais pleiteando reparação financeira de supostos danos causados pela tomada de decisão ou pela omissão no desempenho do cargo. O seguro evita que o executivo, na responsabilidade solitária, responda pelos prejuízos usando patrimônio pessoal.

SINISTROS. Segundo Leandro Martinez, a maioria das indenizações pagas hoje no Brasil é relativa a questões tributárias ou fiscais ou ao descumprimento pelo administrador da empresa de normas editadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Não é comum ainda, no mercado brasileiro, o pedido de indenização por dano causado ao consumidor ou ao acionista, como ocorre no exterior.

Os números da Susep mostram que a sinistralidade média da carteira é praticamente inexistente, com indenizações pagas de apenas R$ 557,9 mil até julho. Leandro Martinez explica, contudo, que esse dado não corresponde à realidade do mercado. Na verdade, a Susep não computa os sinistros que estão sendo regulados. E tem crescido os registros de sinistros, observa Leandro Martinez, acrescentando que esse aumento da sinistralidade será mostrado pelas estatísticas da Susep mais para o final do ano e poderá até se refletir no preço do seguro, com reajustes mais adiante.

O executivo diz ainda que a procura pelo seguro de D&O continuará crescendo por um longo tempo, mesmo que haja aumento de preços. Na Chubb, por exemplo, o número de apólices emitidas cresceu 18% até agosto. O fundamental que é o cliente não veja apenas a questão do preço. A capacidade e a experiência da seguradora e as coberturas oferecidas são fatores muito importantes, assinala.

Segundo ele, o aumento da demanda pelo seguro é causado basicamente pelo fato de as empresas brasileiras estarem mais atentas às responsabilidades reclamadas em processos abertos por órgãos reguladores ou em ações movidas judicialmente. Outra razão de seu otimismo é o fato de a clientela ser bastante diversificada, reunindo empresas de todos os portes e segmentos. A Chubb, por exemplo, atende desde grandes bancos a fundos de pensão e entidades sem fins lucrativos, conclui Leandro Martinez.




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