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Varejo aumenta presença no segmento de venda de apólices
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Fonte: Gazeta Mercantil | Finanças & Mercados | SP
As redes de varejo ganham cada vez mais espaço no mercado quando o assunto é venda de seguros. Com uma ampla rede de distribuição e custos menores, o varejo é hoje um canal de distribuição mais eficiente do que muitos bancos, porque aproveita o fortalecimento da renda das classes D e E nos últimos anos para oferecer uma ampla gama de produtos nunca antes consumidos por esse segmento. A prateleira de seguros oferecidos no setor, primeiramente limitada ao garantia estendida e prestamista, agora conta com itens mais sofisticados, como seguros residencial, vida e até odontológico.
O negócio, que cresce acima do ritmo do mercado convencional, também desperta o interesse de varejistas e seguradoras pelo retorno financeiro alcançado. De acordo com Christianne Reis, diretora de desenvolvimento da AON Affinity, apólices de seguros fechadas no varejo podem representar até 50% do lucro das redes em caso de prêmios. Reis destaca outro benefício: "Redução da inadimplência e fidelização do cliente. É um importante canal de distribuição de seguros, com capilaridade maior que a dos bancos", diz.
Esse potencial levou grandes grupos varejistas, como Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Carrefour, a estabelecerem suas próprias empresas gestoras de seguros. A FIC - financeira criada em 2005 pela parceria entre o Itaú e a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), do grupo Pão de Açúcar, é uma das que investe para ampliar a oferta de seguros.
Os principais produtos da FIC são o garantia estendida, com cobertura que supera o tempo oferecido pelo fabricante, e o perda e roubo para cartões private label e co-branding da rede CDB, que também inclui o hipermercado Extra. O próximo lançamento, previsto para o fim deste ano, é o seguro prestamista, que cobre o pagamento de prestações com as empresas do grupo em caso de desemprego. "A venda de seguros vem crescendo muito e o momento é de ampliarmos os produtos oferecidos. Nossa aposta agora é no prestamista", confirma Carlos Alberto Gomes, superintendente de produtos da FIC.
No primeiro semestre, a comercialização de seguro prestamista foi uma das que mais cresceu no ramo vida. Segundo dados da Federação Nacional de Previdência e Vida (Fenaprevi), no período a venda do produto foi de R$ 1,13 bilhão, alta de 16,76% sobre igual período de 2007.
Dos 4,5 milhões de cartões de clientes do Pão de Açúcar e Extra, 70% têm o seguro proteção e roubo embutido. "O seguro vendido em lojas de varejo sai bem mais barato, o custo operacional é baixo e por isso as redes investem na oferta do produto", diz Gomes. "Um seguro de perda e roubo sai por R$ 2,99 e o residencial por apenas R$ 4,99." A FIC também tem planos expandir sua base em 2009. "Começaremos o ano que vem com mais um produto, o seguro odontológico", revela.
Por meio de parceria com a seguradora Cardif, a rede de lojas Magazine Luiza, desde 2002 aposta suas fichas nos seguros prestamista e garantia estendida, operacionalizados pela LuizaSeg. "Dos produtos que podem ter o garantia estendida, 50% deles saem da loja com o seguro", explica Luis Felipe Lebert Cozac, diretor-geral da LuizaSeg, que lançou recentemente um produto contra perda e roubo do cartão de crédito LuizaCred.
A LuizaSeg tem ainda seguros de vida, prestamista, residencial e para cobertura de despesas hospitalares. No primeiro semestre, a joint venture com a Cardif obteve R$ 45 milhões em prêmios, avanço de 50% sobre igual período do ano passado. Só para efeito de comparação, os prêmios neste primeiro semestre correspondem a 1,73% do faturamento da Magazine Luiza em 2007, de R$ 2,6 bilhões. O lucro da companhia até junho foi de R$ 3,7 milhões. Só em seguro garantia estendida, foram fechados 850 mil contratos. "A LuizaSeg é hoje uma geração de caixa importante para a Cardif e para a Magazine", afirma Cozac.
Desde 2000, quatro tipos de seguros são oferecidos na rede de lojas do Carrefour. A experiência também chega às unidades da Colômbia e em alguns países europeus - França, Espanha e Grécia. "Até o final do ano, vamos oferecer novos produtos, como seguros de automóvel, educacional e odontológico", conta Ricardo Barreto, diretor da Carrefour Soluções Financeiras.
A AON tem 23 programas de seguros implementados em 1.550 pontos-de-vendas no País. A Casas Pernambucanas é a principal parceira. A seguradora encerrou 2007 com um volume de prêmios de R$ 300 milhões. "O segmento de varejo representou cerca de 30% dessa arrecadação", complementa Christiane Reis.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Jiane Carvalho e Luciano máximo)