Este website utiliza cookies
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.
Fonte:
Fonte: Valor Econômico
Prestes a completar cinco meses de abertura, o mercado de resseguro já começar a dar resultados para as empresas que resolveram apostar no segmento, monopólio do governo por 70 anos. A JMalucelli Re, primeira resseguradora privada brasileira, comemora faturamento de R$ 43 milhões nos três primeiros meses de operação, o dobro do previsto no projeto que desenhou a resseguradora (R$ 21 milhões). Outra surpresa foi que os prêmios do resseguro vieram também de operações para outras seguradoras do mercado e até de contratos no exterior. Alexandre Malucelli, vice-presidente da em-presa, conta que a idéia inicial era trabalhar apenas para os negócios do próprio grupo nos primeiros dois anos de operação. A JM é a maior seguradora do país no mercado de seguro garantia (apólices que garantem que uma obra será concluída dentro do prazo previsto em contrato). De janeiro a julho, teve prêmios de R$ 101 milhões, 42% do total movimentado pelo mercado de garantia (R$ 229 milhões, alta de 71%). Segundo Luiz Alberto Pestana, contratado para tocar as operações da resseguradora, a JM Re ressegurou contratos para cinco seguradoras. Além delas, participou de uma operação no Equador. A Embraer vendeu aviões para a Força Aérea do país. Uma seguradora local fez a apólice do seguro garantia. A corretora Aon intermediou a operação e colocou 100% do risco no Brasil, divididos entre a JM Re (70%) e o IRB Brasil Re (30%), a em-presa do governo que detinha o monopólio do mercado. AJM também previa participar de operações lá fora apenas em um segundo momento, no terceiro ano de atuação, após consolidar os negócios no Brasil. Segundo Pestana, a resseguradora já vem recebendo contatos de seguradoras da Argentina interessadas em cotar o resseguro na JM Re. Por isso, a idéia agora é reforçar os negócios fora do país. A empresa aposta que, em cinco anos, 50% do seu faturamento virão de contratos do exterior. Para reforçar as operações, a JM foi buscar no IRB um executivo para tocar a área comercial da companhia. Com 31 anos de casa, incluindo oito anos na área de riscos de garantia, a JM contratou Sergio Santiago. "Não vamos ficar restritos aos negócios da seguradora", diz ele, que está fazendo viagens pelo país e visitado potenciais clientes. Por conta do crescimento das operações acima do previsto, Alexandre Malucelli conta que a seguradora contratou uma agência de classificação de risco para ter um rating, passo fundamental para fazer negócios no exterior. Além disso, resolveu ter uma sede própria em São Paulo. Antes, dividia o escritório com as operações da seguradora. A previsão de faturamento para a seguradora e a resseguradora vi-ria de R$ 300 milhões a R$ 350 milhões este ano. A JM e a JM Re são controladas pelo Paraná Banco, que pertence ao grupo construído pelo empresário paranaense Joel Malucelli há 42 anos. Formado por mais de 30 empresas, o grupo atua em diversos segmentos, como energia elétrica, construção, mi-dia, hotelaria e tem até um clube-empresa, o J. Malucelli Futebol. O time já ganhou mais de 40 títulos e exportou jogadores para países como Arábia Saudita e Itália. AJM Re começou a operar no início de junho e já negocia contratos de resseguro com valor em risco de R$ 4 bilhões. Com a abertura do mercado e com a nova empresa, a capacidade de retenção de risco do grupo passou de cerca de 9% para 50%. AJM Re, o IRB e a Munich Re são as únicas resseguradoras autoriza-das a operar pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) como "locais". Estas companhias têm reserva de 60% dos prêmios. Outras companhias, como Swiss Re, Scor Re, XL Re e Transatlantic, operam na categoria "admitida" (via escritório de representação). A última a anunciar a vinda ao Brasil foi a Partner Re. A empresa acaba de abrir em São Paulo seu terceiro escritório na América Latina. Sediada nas Ilhas Bermudas e com operações nos cinco continentes, a Partner recebeu em julho autorização da Susep para operar como "admitida". A intenção é manter uma operação enxuta, que aproveite os recursos da matriz. "Não gostamos de abrir grandes escritórios regionais, preferimos centralizar os recursos e ter pequenos escritórios locais. Mas dependendo do grau de expansão do mercado pode-mos rever este modelo", afirmou Patrick Thiele, principal executivo da Partner Re, em entrevista ao Valor em Buenos Aires. "O Brasil é um grande país, de crescimento rápido e onde o mercado segura-dor registra forte expansão". Thiele acha que o potencial de negócios e de rentabilidade na América Latina é muito maior que na Ásia, para comparar com outro mercado emergente. "O mercado segurador na China, por exemplo, é enorme mas os preços são muito deprimidos, a concorrência é muito difícil". A seguradora fez aporte de US$ 5 milhões.
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.