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Fonte: DCI - São Paulo
A abertura do mercado de resseguros no Brasil poderá levar uma parte dos acionistas do IRB-Brasil Re a criarem suas próprias resseguradoras a longo prazo. Segundo o diretor técnico da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alexandre Penner, com a abertura do mercado, o IRB-Brasil Re conquistou maior liberdade para negar riscos, o que pode não ser tão atrativo para as sociedades seguradoras. A metade das ações do IRB é controlada pela União, os outros 50% pertencem à sociedade seguradora. As grandes seguradoras detêm a maior fatia das ações, como o Bradesco Vida e Previdência, o Itaú Seguros e o Unibanco AIG.
Segundo a assessoria do Unibanco AIG, um dos principais acionistas do IRB, a instituição financeira não comenta rumores e declara não ter interesse em operar resseguro. O IRB-Brasil Re negou a intenção de algumas seguradoras saírem da participação acionária do órgão. Segundo o presidente da companhia, Eduardo Nakao, se for observado histórico do IRB-Brasil, o lucro sobre o patrimônio líquido foi sempre superior a qualquer taxa de juros do mercado nos últimos quatro anos. Rumores do mercado apontam de que o Itaú Seguros foi uma das empresas que mostraram interesse em deixar a participação no IRB.
De acordo com dados do IRB, enquanto o seu patrimônio líquido em 2007 atingiu R$ 1,8 bilhão, o lucro líquido somou R$ 374,1 milhões, representando um retorno anual de 22,9%. Segundo ele, os acionistas mostraram-se interessados em continuar com o IRB após a decisão da abertura do mercado de resseguros. "Ninguém chegou no IRB para sair", afirma Nakao, para quem a abertura de qualquer produto tem um ponto principal, que é benefício ao consumidor. "Vemos isso com bons olhos, a abertura do mercado leva à competitividade dos preços de seguro", diz Nakao.
Para ele, o mercado de resseguro será mais volátil, de acordo com a movimentação do mercado internacional. "Essa condição deverá reduzir o preço do seguro." Segundo ele, os novos resseguradores vão trabalhar para oferecer à sociedade seguradora produtos diferenciados e inovadores. "Esses produtos estarão em constante evolução", afirma Nakao.
De acordo com o diretor presidente da Swiss Re (resseguradora autorizada pela Susep a atuar como admitida no Brasil), Henrique Abreu de Oliveira, a maioria das seguradoras já renovaram seu resseguro e muitas estão resseguradas pelo IRB, uma instituição sólida e bem-vista. "O órgão tem todo o conhecimento, principalmente no trabalho com a conta técnica de resseguro, já que está há 70 anos no mercado", afirma Oliveira, para quem o IRB é uma força concorrente que talvez nem precisasse de proteção. "O IRB não está preocupado em ganhar espaço por força de lei e sim pela qualidade de seus instrumentos", diz. Para o executivo, a fase de transição depois da abertura do mercado custa dinheiro, tempo e paciência. "Só vejo desvantagem a curto prazo, por causa da transição", afirma Oliveira.
A Swiss Re está focada nos planos para 2009, quando o mercado estará mais tranqüilo. "As resseguradoras serão, em sua maioria, formadas por eventuais e admitidas", afirma Oliveira, segundo quem a maior participação dessas duas modalidades deve-se à necessidade das resseguradoras estrangeiras de diversificarem suas carteiras. Para o futuro, Oliveira acredita que as resseguradoras poderão usar instrumentos do mercado financeiro para transferir parte de seus riscos, com títulos. "Essa operação já existe no mercado de resseguros mundial", afirma Oliveira.
Resseguro no Brasil
A Susep estima que em 2008 o mercado de resseguro movimente US$ 4 bilhões, cerca de US$ 1,5 bilhão a mais do que em 2007 e tenha crescimento de aproximadamente 60%. Segundo Penner, em 2009, a perspectiva é de que 80 resseguradoras estejam operando no País. A maioria formada por eventuais e admitidas.
Atualmente três resseguradoras operam como locais (com reservas 100% nacionais e com 60% de preferência para o resseguro), oito atuam como admitidas, (constituídas no exterior, com escritório de representação há mais de cinco anos no Brasil e reservas de US$ 5 milhões no País) e oito, como eventuais, (empresa constituída no exterior, sem escritório de representação no Brasil, com direito a apenas 10% do resseguro oferecido).
Segundo Penner, a Susep trabalha com uma política de regulação baseada em riscos para as seguradoras. A etapa de regulação para o risco de subscrição do seguro de danos já foi concluída. "É uma necessidade da Susep para facilitar as negociações das seguradoras com o IRB e as outras resseguradoras instaladas no Brasil", diz Penner. Segundo o especialista, o próximo passo é a regulação de subscrição de risco para os ramos de vida e previdência. "Esperamos finalizar essa etapa em 2010", diz Penner.
A abertura do mercado de resseguros no País pode levar uma parte dos acionistas do IRB-Brasil Re a criarem suas próprias resseguradoras, afirma um diretor da Susep.
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