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ACE busca recursos no exterior para crescer


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Fonte: Gazeta Mercantil

Em meio aos problemas de liquidez no mercado financeiro norte-americano, a seguradora ACE decidiu recorrer à resseguradora mundial do grupo, a ACE Tempest Re, para ampliar sua capacidade de cobertura de sinistros no Brasil em US$ 350 milhões.

A operação ajuda a alavancar os negócios da ACE no País. Desde 1º de setembro, os recursos já respondem pela cobertura de novas apólices nas áreas de transporte, geração de energia, riscos de engenharia e casualidade.

De acordo com profissionais da empresa ouvidos pela Gazeta Mercantil, na área de riscos de engenharia a capacidade de cobertura é de US$ 100 milhões. Três apólices, com cobertura de 100% dos sinistros foram assinadas. Os clientes são uma fábrica de chocolates, uma indústria de embalagens plásticas e um projeto de instalação de transformadores industriais.

A operação com a resseguradora internacional da ACE também permite a ampliação em US$ 50 milhões da capacidade de cobertura de projetos de geração de energia no Brasil. E esse montante já está comprometido. No início deste mês, a seguradora fechou duas apólices que garantem parte dos riscos de termoelétricas instaladas nas regiões Norte e Nordeste.

Garantia de sinistros no setor de transportes (US$ 150 milhões) e casualidades (US$ 50 milhões) completa a operação que a seguradora brasileira fechou com a resseguradora matriz, cuja sede está localizada no paraíso fiscal das Bermudas. Para garantir a ampliação da capacidade de cobertura de sinistros da seguradora brasileira, a Tempst Re conta com a parceria de diversas resseguradoras espalhadas pelo mundo, permitindo que o risco assumido de US$ 350 milhões seja compartilhado.

Risco

O especialista Gustavo da Cunha Mello, professor da Funenseg (Escola Nacional de Seguros) e consultor da Correcta, explica que a operação não está imune a riscos, sobretudo num momento de incertezas no mercado financeiro internacional. "Mas é uma operação que as seguradoras fazem tradicionalmente para se alavancar, principalmente no exterior. No Brasil é uma tendência e vai aumentar cada vez mais com o mercado de resseguros aberto."

Mello acrescenta que os cliente precisam ficar atentos. "É assustador pensar no que aconteceu com a AIG, por isso o cliente no Brasil tem que estar cercado de bons profissionais e bons advisors para avaliar se a operação é seguro, se a empresa cumpre as duras regras de solvência", diz.

O grupo ACE tem negócios em 140 países. Seus ativos somaram US$ 72 bilhões e os prêmios de seguros atingiram US$ 18 bilhões em 2007.


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