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Investir no longo prazo é umas das saídas para a aposentadoria


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Fonte: Revista Apólice

Com uma população em envelhecimento e com os custos dos benefícios de saúde e aposentadoria aumentando, os empregadores desempenharão um papel vital para minimizar essas preocupações. No Brasil, a Previdência Social já se encontra em uma situação bastante delicada e isso deve se agravar ao longo do tempo com o envelhecimento da população, aponta relatório

O Fórum Econômico Mundial acabou de publicar "O Futuro das Aposentadorias e da Assistência Médica em um Mundo que Envelhece Rapidamente: Cenários até 2030". "Uma população mundial em rápido envelhecimento terá profundas implicações tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento", diz M. Michele Burns, Presidente e CEO da Mercer, que presidiu o Conselho Consultivo do projeto no Fórum Econômico Mundial. "A forma com que as pessoas idosas são vistas e tratadas constitui o marco de uma sociedade civilizada. A Mercer desenvolveu com o Fórum Econômico Mundial este oportuno relatório, pois uma aposentadoria segura e o acesso à assistência médica na velhice são significativas forças de coesão social. Essa, por sua vez, é essencial para a estabilidade global e econômica."

A relação de pessoas idosas comparativamente à população economicamente ativa aumentará dramaticamente nos próximos anos, em muitas partes do mundo. Com uma força de trabalho em declínio, uma população em envelhecimento e custos com benefícios de assistência médica e aposentadoria aumentando, as empresas desempenharão um papel vital na formulação das políticas públicas e no trato dessas preocupações, acredita Burns da Mercer.
Juntamente com o relatório do Fórum Econômico Mundial e influenciada pelas percepções e análises do Fórum, a Mercer publicou um relatório especial (Perspective), em que os principais especialistas da empresa se valem da experiência prática para apontar quatro áreas que são afetadas por uma população em envelhecimento.

DESENHO DOS PLANOS DE APOSENTADORIA

A Mercer avalia o desenho de planos de aposentadoria sob três cenários identificados pelo Fórum Econômico Mundial, 1) Os vencedores e o resto, 2) Estamos juntos nisso e 3) Você está por sua conta e risco. À medida que as dificuldades de financiar um sistema de previdência social, tradicionalmente generoso para uma população em envelhecimento, são percebidas em muitos países, o planejamento coletivo para futuras políticas de previdência pode ajudar a criar sistemas que gerem benefícios mais eqüitativos e adequados, qualquer que seja o rumo que o mundo tome.

IMPLICAÇÕES E AÇÕES PARA AS EMPRESAS

A Mercer observa que no cenário "Vencedores e o resto", aqueles empregados favorecidos em países desenvolvidos contarão com boa segurança de benefícios de previdência no conceito de BD. No cenário "Estamos juntos nisso", a segurança governamental será importante no caso de depressão nos mercados, enquanto que no cenário "Você está por sua conta e risco", os participantes acabarão assumindo os riscos e arcando com as conseqüências. Muitos, neste último cenário, poderão ter que enfrentar o adiamento da aposentadoria. Porém, os planos BD continuarão a ter seu lugar na infra-estrutura dos futuros programas de aposentadoria, observa a Mercer, pois "Nós, humanos, gostamos de garantias."

ENVELHECIMENTO

Conforme o mundo envelhece, é provável que o financiamento e a oferta de assistência médica se tornarão crescentemente uma responsabilidade do setor privado e que as empresas multinacionais em particular serão forçadas a desempenhar um papel amplo e potencialmente vital, aponta o relatório. Os governos, quase que universalmente, estão transferindo a responsabilidade pelo financiamento e, em alguns casos, pela oferta de assistência médica às empresas ou aos indivíduos. Se essa perspectiva de uma maior responsabilidade para as empresas se tornar uma obrigação inevitável, o setor privado terá um real motivo para tratar do problema de uma forma cuidadosa e eficaz, demonstra a análise.

Tendo em vista as tendências populacionais identificadas no Fórum Econômico Mundial, é vital que as empresas incluam uma avaliação deste efeito demográfico no planejamento de sua força de trabalho. O planejamento da força de trabalho envolve identificar e evitar potenciais problemas gerados pela falta de profissionais qualificados e gargalos em determinados níveis de carreira. A Mercer acredita que as empresas deveriam considerar diversos mecanismos para acomodar uma força de trabalho em envelhecimento, incluindo: a recontratação de aposentados nos períodos de pico, o estabelecimento de programas de bem estar direcionados a empregados maduros, a introdução de programas de aposentadoria progressiva, o desenvolvimento de talentos para acesso a posições vitais na empresa e a implementação de planos de retenção focados em "grupos de risco".

CENÁRIO BRASILEIRO

No Brasil, a Previdência Social já se encontra em uma situação bastante delicada e isso deve se agravar ao longo do tempo com o envelhecimento da população. Atualmente, o Brasil conta com praticamente 9% da sua população com 60 anos ou mais de idade e a perspectiva para os próximos 20 anos é de que esta porcentagem atinja 13%. Além disso, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer já está em 71,3 anos (um crescimento de praticamente 14% em menos de 30 anos) e a tendência é que esta expectativa cresça 12% nos próximos 30 anos.

Como previsto mundialmente, a Previdência Social brasileira não poderá suportar este custo previdencial crescente ao longo dos próximos anos, assim como o Sistema Único de Saúde (SUS) não poderá arcar com o custo de assistência médica sozinho.

Diante deste cenário, a Mercer entende que uma das mais eficientes formas de se atingir uma condição de vida adequada na aposentadoria é o investimento na educação e no planejamento financeiro de longo prazo, aliado a uma solução de assistência médica a aposentados, que seja do ponto de vista do cidadão e das empresas, eficaz em termos de custo e serviços.


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