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Fonte: Folha de S. Paulo | Mercado Aberto | SP

Governo estuda criação de seguro de crédito imobiliário O aprendizado das seguradoras com os prejuízos no mercado americano de seguro para crédito imobiliário pode facilitar o desenvolvimento de um produto aprimorado no Brasil. A conclusão é de Bernard Appy, secretário extraordinário de Reformas Econômico-Fiscais do Ministério da Fazenda. O desenvolvimento de linhas de seguro para crédito habitacional no Brasil está em estudo no governo e no setor privado. Na quinta-feira, representantes dos ministérios da Fazenda e das Cidades, do Banco Central e da CVM se reuniram com líderes dos setores de crédito, habitação e seguro para discutir o tema, em São Paulo. "Várias seguradoras estrangeiras estão interessadas em entrar no país nesse segmento. E, com as perdas que tiveram no mercado residencial americano, aprenderam a necessidade de reforçar os critérios de avaliação de risco na concessão de financiamento imobiliário. E o Brasil começa essa discussão em um momento em que esse aprendizado já está feito em função da crise", diz Appy. Segundo ele, os estudos sobre o tema não estão relacionados à crise, mas a mudanças estruturais de longo prazo para garantir recursos para o crédito habitacional. No entanto, as perdas no setor imobiliário trouxeram à tona a discussão sobre a necessidade de criação de ações regulatórias que estimulem esse tipo de seguro. A nova modalidade de seguro dá mais proteção ao credor contra a inadimplência. Com isso, os financiadores poderiam reduzir juros e elevar o valor financiado dos imóveis. Segundo Appy, o produto também facilitaria o desenvolvimento de fontes alternativas à poupança para o crédito imobiliário, como o mercado de capitais. Apesar das discussões, o presidente da Quórum Corretora, Helio Novaes, diz acreditar que a crise vai atrasar o desenvolvimento do produto no país. "A crise atrasa tudo. As grandes seguradoras estão reavaliando seus portfólios e investimentos neste momento. Não é prioridade olhar esse assunto." CRÉDITO As linhas de crédito para micro e pequenas empresas no Banco do Brasil mantêm o desempenho. O BB Giro Empresa Flex atingiu em setembro o saldo utilizado de R$ 4,7 bilhões, com crescimento de 180% somente neste ano. O BB Giro 13º Salário, crédito usado pelas empresas para pagar o direito trabalhista, abriu no dia 5 de agosto e já havia emprestado R$ 105 milhões até o dia 10 deste mês, resultado 63% superior ao de agosto e setembro de 2007. PONTA DO LÁPIS Até o final do mês, o Procel lança seu relatório de prestação de contas. As ações do Procel resultaram em economia, no ano passado, de 3,9 milhões de MW, o equivalente a uma usina hidrelétrica de capacidade instalada de 942 MW, que exigiria investimentos de aproximadamente R$ 2,76 bilhões. O Procel utilizou os dados do IBGE para os cálculos. EM CASA Até o dia 3 deste mês, os financiamentos pelo Construcard Caixa, da Caixa Econômica Federal, atingiram saldo de R$ 943 milhões com crescimento aproximado de 40% ante o mesmo período do ano passado, quando chegaram a R$ 685 milhões. O Construcard financia aquisição de material de construção, armários, piscina, elevador, aquecedor solar, por meio de cartão específico. Os juros são de 1,69% ao mês mais TR, com prazos de até 42 meses, e o limite varia de acordo com a capacidade de cada cliente. PONTUAL A marca de relógios Dumont Saab investiu R$ 1,5 milhão em campanha que será iniciada em novembro. PENEIRA Ricardo Betancourt, diretor-geral da Colliers International do Brasil, do segmento de imóveis corporativos de alto padrão, já espera que os novos investimentos fiquem mais caros e os investidores mais seletivos devido à crise global. Segundo ele, ao contrário do que deverá acontecer com os imóveis residenciais, o preço do metro quadrado dos escritórios de alto padrão não deverá cair em 2009, pois o número de lançamentos ainda ficará abaixo da demanda. "A situação poderá se reverter em 2010, quando entrarão mais espaços no mercado. Mas depende da reação da economia até lá." Inadimplência dá sinais de alta em SP Saltou de 30% em setembro para 35% em outubro a parcela das famílias paulistanas endividadas que estão com contas em atraso, de acordo com a Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). A expectativa da entidade é que o nível de endividamento dos consumidores da capital paulista, hoje em 53%, continuará favorável por causa do pagamento do 13º salário e dos reajustes salariais. Mas, para economistas, a situação deverá começar a mudar em janeiro, que concentra despesas pesadas, como impostos. No início de 2009, com condições mais áridas de crédito, o consumo tende a se desacelerar e a inadimplência poderá subir.


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