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Fonte: Valor Econômico Online - www.valoronline.co
Exatos 12 meses após a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a Amil convive com o invejável caixa de R$ 1,2 bilhão. Há quem diga é que dinheiro demais para deixar parado e cobre novas aquisições. Já o presidente do grupo, Edson de Godoy Bueno, afirma que há o momento certo para sair às compras: "Olho tudo, mas agora só vou tomar decisões em condições muito vantajosas", informa.
A crise financeira internacional exige, segundo Bueno, mais cautela. Os preços dos concorrentes e de hospitais devem cair e aí será o momento de ir às compras.
O empresário garante que não fez oferta pela concorrente Medial Saúde, negando rumores que circularam no setor. "Converso muito com eles e jamais falamos sobre esse assunto. Mas não descarto. Se o preço estiver bom, por que não?", afirma. A Medial também negou qualquer conversa nesse sentido e têm ressaltado que, no setor, sua posição é de compradora. O faturamento da companhia foi de R$ 1,6 bilhão em 2007. A Amil, por sua vez, fechou o ano passado com R$ 4,3 bilhões, registrando crescimento de 18% frente a 2006, percentual que vem se mantendo nos últimos anos.
"Não se sabe onde está o fundo do poço nesta crise global. Os países da Europa se uniram. Colocaram dinheiro em bancos, como os escandinavos. Após a crise de 1929, quando (Franklin) Roosevelt assumiu, ele foi rápido na busca de soluções e logo conseguiu resultados. Quando junta muita gente com vontade de acertar, as coisas se acertam. A questão é quanto vai afetar o Brasil. Dependendo da profundidade da crise, afeta a todos. O país não deverá crescer em 2009 o que era esperado", diz.
A Amil, segundo Bueno, deve sofrer menos impacto. A operação é doméstica e as oscilações cambiais não afetam fortemente o grupo, embora alguns insumos hospitalares possam ser reajustados. Ele diz que a empresa não precisa captar recursos para investimentos o que, se fosse o caso, oneraria os resultados. Os valores captados no IPO estão aplicados - 95% em títulos públicos e 5% em CDBs de bancos de primeira linha. O objetivo é ter liquidez para facilitar aquisições.
Este ano, até o fim de junho, além dos R$ 67 milhões em aquisições, a Amil já investiu R$ 28 milhões em melhorias de estrutura. Para 2008, a expectativa, segundo dados da companhia, é fazer investimentos de R$ 200 milhões.
Com 30 anos de atividades, a estratégia de crescimento passa pelo aumento da presença nas regiões Sudeste e Sul. São atualmente 3 milhões de beneficiários no Rio de Janeiro, onde está a sede; São Paulo; Paraná e Distrito Federal. Agora, a meta é chegar a Minas Gerais, ao Rio Grande do Sul e à Santa Catarina.
Volume é palavra-chave para a Amil, diz Bueno. Mas destaca: "Não temos pressão para crescer, mas estamos sempre mapeando todos os Estados. Uma aquisição precisa ter retorno atrativo, melhorar o perfil estratégico e colocar a Amil em posição de destaque na região. Mas depende sempre da oportunidade do negócio", diz .
Depois do IPO, quando levantou R$ 950 milhões, a Amil Participações fez quatro aquisições: de duas operadoras, a Ampla e a Leife System e dois hospitais, o Hospital de Brasília e Casa de Saúde Santa Lúcia, no Rio. Para Bueno, entre as razões que explicam o crescimento da Amil está a experiência na administração de hospitais. O médico paulista, de 62 anos, que se transferiu para o Rio para estudar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tornou-se empresário em 1971, quando comprou seu primeiro hospital em sociedade com colegas - uma maternidade em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Em 1976 adquiriu um hospital pediátrico e, em 1978, um terceiro, voltado para adultos.
Segundo ele, conhecer a administração de hospitais permite saber avaliar os custos de seguros de saúde. Bueno afirma que a verticalização bem administrada mantém a qualidade e exige que os procedimentos nos hospitais do grupo custem menos do que nos terceirizados. Para isso, volume de clientes é outro item fundamental: "Quem tem volume discute melhor o preço", diz.
Bueno ressalta que outro foco, entre os fundamentais no grupo, são os recursos humanos. Relata que visitou as maiores sedes de empresas do mundo, como Motorola, 3M, HP e McDonald´s, para ver de perto as estratégias de pessoal e apreender filosofias de formação da equipe. No IPO da Amil, distribuiu 60 milhões de ações para 180 empregados, entre gerentes, diretores e funcionários mais antigos.
Ao lado do filho Pedro, que aos 18 anos cursa o segundo ano de economia na PUC-Rio, Bueno diz que é firme na administração do grupo, mas não deixa de lado o "coração". "Os investidores têm feito com que eu tome medidas de forma muito mais rápida, mas o que faço tem sempre uma dose de coração. Deus foi generoso comigo", conclui.
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