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Fonte: Valor Econômico | SP
Investidores locais retornam a bolsa
Para quem pode correr riscos e esperar uma janela de cerca de cinco anos, as oportunidades são únicas no mercado acionário. Essa é a visão de Glen Baptist, diretor e chefe de estratégia de investimentos (CIO, na sigla em inglês) da Prudential, empresa americana que atua nos setores de seguros, previdência e investimentos. No Brasil para participar do 29º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, Baptist disse que, antes de irem à caça das pechinchas na bolsa, os investidores devem pensar quais são seus objetivos. "Assumindo que você pode tomar risco e pode esperar um prazo longo, as melhores oportunidades estão no mercado de ações, mas o retorno deverá vir em um horizonte de cinco anos a partir de agora", diz ele. "Talvez um pouco menos, mas esse é um prazo bom para se ter em mente", diz.
Ele avalia ainda que é preciso ter cautela com os títulos corporativos ou de crédito privado, como também são conhecidos os papéis emitidos por empresas e bancos, porque, em função das restrições de crédito, muitas companhias ainda podem ter problemas de solvência no mundo todo. "Não acredito que esses títulos já estejam atrativos, apesar de os prêmios terem subido, ainda podemos ver problemas e então os prêmios vão aumentar ainda mais", diz.
Mas, em algum ponto, talvez em um ano ou ano e meio, os títulos corporativos poderão significar de fato uma boa oportunidade, prevê o diretor da Prudential, que fechou este ano uma parceria estratégica com a GAP Asset no Brasil.
Baptist acredita que o pânico que houve tende a se reduzir e espera que o pico da crise tenha ocorrido no último mês. "É difícil imaginar o que poderia acontecer de pior, embora sem dúvida se os governos mundiais passarem a demonstrar menos coordenação, as incertezas aumentam", explica. Ele vislumbra no curto prazo uma recuperação, o chamado "bear market" rali, ou seja, um movimento temporário de retomada em meio a um ambiente de pessimismo.
Até meados do próximo ano, pelo menos, ele acredita que haverá ainda bastante volatilidade, mas não como a que se observou entre setembro e outubro deste ano. "Minha expectativa é que o mercado se acalme um pouco, mas ainda haverá oscilações porque ainda há muitas incertezas", afirma. "Houve vários anúncios e pacotes, mas nós não sabemos ainda como funciona esse novo cenário em que os governos se tornam investidores nas instituições financeiras", pondera o diretor da Prudential. A partir da metade de 2009, porém, o economista diz que talvez se possa já ver nos mercados alguns impactos de uma perspectiva inicial de recuperação das economias.
"Estamos claramente numa crise financeira e, a partir de agora e por pelo menos mais um ano nos deslocaremos para um novo cenário, que é o de recessão global, com os EUA desacelerando e outros grandes países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, também apresentando uma desaceleração da economia", afirma o especialista. A boa notícia, diz ele, é que os mercados costumam antecipar os fatos, o que pode provocar esses impactos positivos em meados de 2009. Mas o lado ruim da história é que a saída da recessão deverá ser vagarosa. "A recuperação vai demorar muito tempo porque ainda temos muitos problemas a resolver", diz ele.
O uso de derivativos e de securitização de ativos deverá se reduzir por dois motivos, na visão do especialista. O primeiro é que as pessoas terão medo de lançar mão desses instrumentos financeiros por conta de todos os problemas que ocorreram. E, segundo, porque haverá mais regulação. Esse processo, porém, deverá levar cerca de dois anos para se concretizar. Americano de origem indiana, Baptist diz que acredita em caminhos do meio. "As coisas ocorrem em ciclos, nos últimos dez anos houve grande liberalização nos mercados, mas antes havia também o cenário oposto", avalia. "Acredito que vamos tomar o caminho do centro agora", conclui.
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