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Fonte: Funenseg
A seguradora de bônus Ambac, em dificuldades financeiras, anunciou na sexta-feira a venda de US$ 1,5 bilhão em ações, com alto desconto, dentro dos esforços para não perder a classificação de crédito "AAA", crucial para suas operações. O plano de venda de ações, revelado na quarta-feira, não havia atendido às esperanças iniciais de trazer uma injeção de capital de US$ 2 bilhões de alguns bancos que, no caso de rebaixamento do rating da Ambac, teriam de registrar baixas contábeis.
Além disso, o momento do lançamento coincidiu com o declínio das bolsas de ações, em meio a um bombardeio de más noticias nos mercados imobiliário, hipotecário e de crédito. Na sexta, a Ambac anunciou ter vendido 185,2 milhões de ações, a US$ 6,75 cada, levantando US$ 1,25 bilhão. O preço teve desconto de 9% em relação ao balor de fechamento na quinta. Com a emissão, o número de ações em circulação da Ambac quase triplicou.
A venda de ações incluiu uma colocação privada de 14,07 milhões de ações, para duas instituições financeiras, por US$ 95 milhões, segundo a Ambac. A empresa ainda obteve US$ 250 milhões com a venda de cinco milhões de "equity units", unidades conversíveis em ações, a US$ 50 cada. O acordo inclui opção para que sejam emitidas mais 25,67 milhões de ações, em um prazo de 30 dias, caso que surja demanda adicional.
Na quinta, as ações da Ambac recuaram quase 15%, afetadas pelos rumores sobre o plano.
"Com este aumento de capital de US$ 1,5 bilhão (...) acreditamos que nossa subsidiária Ambac Assurance manterá seu rating de força financeira de triplo A", disse o executivo-chefe da seguradora, Michael Callen. "Não há chance de que a Ambac possa alguma vez deixar de pagar um pedido de indenização", disse, em entrevista à rede de TV americana CNBC. Acrescentou que a empresa agora possui recursos de US$ 16,5 bilhões, suficientes para lidar até com o um "armagedon", o pior dos cenários previstos, com indenizações de US$ 12 bilhões.
As agências avaliadoras de risco de crédito Moody's Investors Service e Standard & Poor's indicaram que a concretização da emissão poderia evitar o rebaixamento. Entretanto, os analistas temem que as perdas da Ambac com "certificados lastreados por hipotecas" (MBS, na sigla em inglês) possam ser maiores do que as previstas atualmente. `Baseados em nossa estimativa de que a Ambac acabará absorvendo cerca de US$ 11 bilhões em perdas, um volume novo de capital de US$ 1,5 bilhão, à primeira vista, não parece suficiente para solucionar o problema de adequação de capital", afirmou o analista Àndrew Wessel, do JP Morgan. "É provável que outra rodada de capital possa ser necessária neste ano para evitar rebaixamentos."
Com valor de mercado, na quinta-feira, pouco superior a US$ 750 milhões, o plano de emissão de ações diluirá a participação dos atuais acionistas. Desde maio do ano passado, os papéis da Ambac acumulam desvalorização à 95%.
A emissão de ações para preservar a classificação de crédito da Ambac chega em meio. à pressão sobre todas as seguradoras de bônus que também forneceram garantias a investimentos estruturados, como os MBS. A MBIA, rival da Ambac de maior escala, conseguiu manter seu rating até agora. Na quinta, havia anunciado corte de quase 50 postos de trabalho em suas operações de seguro, dentro dos esforços para alterar suas operações e estratégias de risco. A empresa pretende transferir muitos dos funcionários para outras áreas, como a de gestão de ativos.
Embora Ambac e MBIA possam até ter condições de evitar cortes em suas classificações por parte da Moody's e S&P, várias seguradoras de bônus de menor escala não têm a mesma sorte. O CIFG Guaranty, menor das seguradoras com classificação máxima, foi rebaixada pela Moody's na quinta, em quatro notas, para "A1", pois possuía exposição significativa ao setor hipotecário. Em sinal de como a incerteza predomina no setor, na semana anterior, a S&P havia confirmado o rating da CIFG
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