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Fonte: Jornal do Comércio RS | Geral | RS
Há tempos que se ouve falar da chamada "indústria das indenizações" que acomete os Estados Unidos. Esse temor de ser condenado pela Justiça aflige fortemente a categoria dos médicos norte-americanos.
A possibilidade de ter que desembolsar uma "bolada" em razão de algum erro profissional faz com que a maioria dos profissionais trabalhe com a garantia de um seguro financeiro por trás. É o que conta Allen Kachalia, da Escola de Medicina de Harvard.
Segundo ele, em grande parte dos estados norte-americanos a legislação obriga a contratação de um seguro. "A intenção é preservar a casa e o restante do patrimônio conquistado ao longo da carreira, já que a seguradora é capaz de cobrir os custos advocatícios e de uma possível indenização", explica.
Considerado um dos maiores especialistas em estudos sobre as causas de erros médicos e responsabilidade de profissionais, Kachalia destaca que existem casos em que algumas pessoas buscam o "dinheiro fácil". Entretanto, alerta que essa situação é controversa. "Determinados pacientes podem acabar sendo incentivados por advogados."
Mas o professor de Harvard também fala sobre ações que podem minimizar os riscos de erros na Medicina. Para isso, a recomendação dele é que se busque uma relação mais próxima com o paciente. "O que a pessoa mais quer é ser ouvida pelo médico, ou seja, que ele gaste seu tempo para entender o caso". Contudo, reconhece a dificuldade que recai sobre os profissionais. "É um desafio conseguir fazer isso dado ao grande número de pacientes que temos para atender", comenta.
Kachalia sugere ainda que o médico seja franco. "Em caso de algum erro, é necessário que ele informe ao paciente e discuta a situação". Mas o reconhecimento não levaria a um possível processo? "É preciso levantar mais dados sobre isso. Não temos esta resposta ainda", afirma.
O norte-americano lembra outras dicas importantes para evitar erros médicos. "Também temos o foco nas questões de medicamentos, a aplicação correta deles, em dosagens adequadas". O professor ressalta que os hospitais também têm se voltado a melhorar suas estruturas, principalmente para evitar a queda de pacientes em suas instalações.
Kachalia está em Porto Alegre para participar da 6ª Jornada Médico-Jurídica da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O evento nacional se encerra hoje, no Centro de Convenções do hotel Plaza São Rafael.
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