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Fonte: Valor Econômico | Finanças | SP / Altamiro Silva
O mercado de resseguro brasileiro, aberto ao setor externo desde abril, está ganhando mais um competidor. Ontem, a XL Re foi autorizada a operar no país com a criação de uma resseguradora local. O investimento do grupo no país é de R$ 106 milhões, quase o dobro do capital mínimo exigido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
A XL é a segunda resseguradora estrangeira autorizada a operar no Brasil nos últimos dias. A espanhola Mapfre Re começou a operar no país com aporte de R$ 74 milhões e a promessa de atender a todo o mercado (vida e não-vida).
O resseguro é uma espécie do seguro do seguro, importante para diluir os riscos de grandes apólices. A XL e a Mapfre vão operar no Brasil na categoria mais importante do setor, a local (que tem reservados 60% dos prêmios do mercado de seguros brasileiro). As duas vão competir diretamente com o IRB-Brasil Re, que tinha o monopólio do setor nos últimos 69 anos. Também estão na mesma categoria a Munich Re e a JMalucelli. Pelas regras da Susep, os contratos de resseguro precisam ser primeiro oferecidos para estas companhias.
O mercado de resseguro está aberto desde abril, mas a concorrência ficou aquém do previsto até pelo próprio IRB. A estatal imaginava perder mais espaço para os novos concorrentes, o que não se confirmou, pois ainda detém 92% do mercado.
A expectativa é que agora, com o início das operações da XL e da Mapfre, especialmente em um momento em que grandes apólices estão em processo de renovação, a concorrência se acirre. "Vemos grande oportunidade de servir um amplo e vibrante mercado", disse ao Valor por correio eletrônico Christine Weirsky, da XL Re. Segundo ela, o grupo trabalha com o IRB há mais de 10 anos e conhece bem o mercado local. Assim como a Mapfre, a intenção da XL é atuar em todos os segmentos. A empresa terá escritórios no Rio e São Paulo.
"As mais recentes previsões do mercado brasileiro apresentam crescimentos de dois dígitos. A Mapfre Re acredita na fortaleza do mercado local e está confiante em seu potencial" afirma o espanhol Juan Bosco Francoy Olague, que cuidava da filial chilena da resseguradora e agora está assumindo as operações no Brasil.
Outra estratégia semelhante é que as duas companhias criaram duas resseguradoras para operar aqui. A XL vai operar na categoria local e também na categoria admitida (por meio de escritório de representação). A Mapfre, além de ser local, criou uma resseguradora eventual (sediada no exterior, mas com registro no país). A estratégia permite que as companhias tenham capacidade maior de retenção de risco.
O mercado de resseguro passa por um momento complicado mundialmente por conta da crise financeira. Algumas grandes resseguradoras tiveram problemas financeiros com apostas em derivativos de crédito. Além disso, houve mais grandes sinistros pelo planeta no primeiro semestre do que se esperava. Isso, segundo os especialistas, pode ter freado os investimentos das companhias aqui, deixando o setor praticamente na mão do IRB.
Eduaro Takahasi, diretor executivo da Marsh, uma das maiores corretoras mundo e que abriu uma corretora de resseguros aqui, diz que, além de as operações terem ficado mais caras, as resseguradoras ficaram mais cautelosas, reduziram a aceitação de risco e dão menos coberturas e limites. Com isso, fechar um contrato ficou mais complicado, porque é preciso procurar muito mais resseguradoras para diluir ainda mais o risco. Um contrato antes da crise contava com 15 resseguradoras; hoje seriam necessárias mais de 30.
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