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Falta margem para fazer guerra de preço


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Fonte: Gazeta Mercantil | Finanças e Mercados | SP

O acirramento da competição entre as seguradoras brasileiras no segmento de automóveis dificilmente beneficiará o consumidor que adquirir um carro zero em 2009. Para a maior parte dos executivos consultados pela Gazeta Mercantil, a disputa por um mercado com perspectivas de desaceleração terá ênfase na renovação de apólices já existentes e oferta de serviços diferenciados.

Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty, diz que os preços de seguro de carro no País já chegaram ao limite. "Não acredito que haja espaço para guerra de preços, mesmo com um mercado mais restrito. As empresas vão focar a estrutura de custos, os resultados e procurar estabilizar suas carteiras para o longo prazo. Vão investir mais em serviços, oferecer condições de renovação mais favoráveis e prazos de pagamento melhores." O executivo exemplifica: "Nos Estados Unidos, o ticket médio de um seguro de cobertura total chega a US$ 1,6 mil; no Brasil, a média de preço está próxima de R$ 1,2 mil".

O vice-presidente da área de automóveis da Mapfre, Jabis de Mendonça Alexandre, lembra que as companhias não contam com margens financeiras flexíveis para baixar muito os preços, já que precisam seguir regras rígidas de solvência da Superintendência de Seguros Privados (Susep). "Hoje não existe nenhuma seguradora em condições de fazer grandes reduções em custo e agressão maior em termos de preço. Elas já fizeram isso em 2007 e 2008 e para 2009 ninguém tem mais fôlego. O clima agora é de bastante prudência", comenta. Segundo Mendonça, 100% do prêmio de seguro deve cobrir despesas provisionais e efetivas de sinistro, comissão e custos admi-nistrativos. "O que sobra garante a margem financeira e o que a companhia pode aplicar para obter rendimento, mas num cenário de juros caindo as seguradoras têm restrições ainda maiores", esclarece.

José Carlos de Oliveira, diretor de automóveis da Marítima, revela que a companhia está disposta a oferecer seguros mais baratos, mas tudo vai depender da capacidade de reduzir custos. "Estamos revendo nossas rotinas e operações e o nosso modelo de precificação, mas baixar preços é uma consequencia, não dá para fazer de um dia para o outro, estamos botando muito gás em análises para chegar a oportunidade e a bons riscos para ter margem técnica para a redução de preço."

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Luciano Máximo)


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