Este website utiliza cookies
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.
Fonte:
Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços
A abertura do mercado de resseguros no Brasil ocorre em um momento ímpar na visão das companhias que atuam no segmento. Entre os fatos que beneficiam as resseguradoras, estão: o crescimento da economia, as grandes obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as regras de solvência da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para as seguradoras.
O presidente da Swiss Re no Brasil, Henrique Oliveira, explica que cada um desses fatores contribui para o desenvolvimento do mercado segurador e ressegurador. "O crescimento da economia estimula a formalização, que gera mais empregos formais e amplia a demanda por seguros do tipo vida, saúde e a executivos, por exemplo", diz. "Além disso, os grandes projetos do PAC e as parcerias público-privadas (PPPs) demandarão o seguro-garantia e de risco de engenharia, que, pela magnitude das obras, serão ressegurados. Após concluídas, nenhuma empresa deixará uma hidroelétrica, por exemplo, sem o seguro do tipo property [propriedade]. Isso irá gerar grandes apólices que também serão repassadas às resseguradoras", completa.
Em relação às novas regras de solvência da Susep, que exigiram de algumas seguradoras um aumento considerável de capital, Oliveira sinaliza que a resseguradora entra como alternativa. "Caso um segurador já esteja próximo do limite de solvência [relação entre o patrimônio líquido e o volume de prêmios], pode ampliar seus prêmios repassando o risco às resseguradoras", explica. Grosso modo, de acordo com a Susep, até 2011, as seguradoras deverão se adequar às regras de solvência gradualmente, ampliando o patrimônio líquido frente ao volume de prêmios em 15% no primeiro ano, 25% no segundo, e 30% no terceiro e quarto.
Segundo especialistas da Swiss Re, o contrato mais utilizado para as regras de solvência será o quota-parte, em que as partes (seguradora e resseguradora) definem uma porcentagem do risco que cada uma irá assumir.
Metas
Dentro deste cenário, a Swiss Re chega ao Brasil com metas muito bem definidas. Segundo Oliveira, entre 3 e 5 anos, a resseguradora espera ter 10% do segmento não-vida (propriedade, por exemplo) e 20% no setor de Vida. "Nosso objetivo é não fazer loucuras em relação a preços. Além disso, temos de garantir retorno aos acionistas, que em 2007 foi de 13% sobre o patrimônio líquido."
As apostas da Swiss Re, segundo seu executivo, estão nos países emergentes, como o próprio Brasil, a China e a Índia. Para se ter uma idéia do potencial do mercado nacional, estudos de especialistas apontam a que o volume de resseguros pode dobrar no País nos próximos anos. Hoje, segundo dados da Swiss Re de 2006, dos US$ 30,4 bilhões segurados naquele ano, apenas 5%, ou US$ 1,55 bilhão, foram ressegurados.
Ainda de acordo com Oliveira, mais da metade dos prêmios de resseguros no Brasil são da área de property, segmento que deve continuar demandando a maior parte das apólices. "Isso acontece porque no Brasil não temos grandes desastres naturais, como ocorre no México ou nos Estados Unidos, por exemplo. Vale, porém, lembrar que a quantidade de desastres naturais no mundo vem crescendo e o Brasil não está imune". Ele lembra que os maiores prêmios por desastres naturais foram pagos recentemente. O primeiro deles é referente ao furacão Katrina, com US$ 68,5 bilhões em prêmios. O segundo se refere ao furacão Andrew, com US$ 23,6 bilhões.
Resseguros
O mercado de resseguros se abre a outras companhias após um monopólio do IRB Brasil Re, que perdura desde o início do mercado no Brasil. Para Oliveira, esse monopólio foi necessário no começo, já que ele permitiu que o mercado segurador brasileiro se desenvolvesse.
Agora, com a abertura, no primeiro momento, 60% das apólices serão destinadas às resseguradoras locais (com capital registrado no Brasil. Outros 30% vão para as resseguradoras admitidas (com escritório no País). Apenas 10% da fatia ficará com o ressegurado eventual (apenas com um procurador no Brasil).
A francesa Scor Re é um exemplo de resseguradora estrangeira com escritório de representação no Brasil que passa a operar como admitida. "Resolvemos entrar no mercado brasileiro gradualmente porque acreditamos que no início haverá uma guerra de preços, o que não é o perfil de nossa empresa", afirma o presidente da companhia no País, José Carlos Cardoso.
Ele lembra que pelo menos seis empresas procuraram a Scor Re com o objetivo de analisar a contratação do resseguro tendo em vista as novas regras de solvência. "A abertura do mercado ocorre em um momento muito bom, de crescimento econômico", destaca. A Scor Re já investe em treinamento de funcionários. "A principal dificuldade ainda é a escassez de mão-de-obra especializada nesse segmento que até agora não existia no País", conclui.
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.