Este website utiliza cookies
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.
Fonte:
Fonte: Valor Econômico | Finaças | SP
A luta da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para conseguir fazer o seguro milionário de seu parque industrial parece estar longe de terminar. A descoberta de um novo sinistro,
estimado pelo mercado em US$ 414 milhões, complicou o fechamento da apólice e assustou o mercado ressegurador no exterior.
O programa de seguro e resseguro da CSN estava prestes a ser concluído depois de uma batalha judicial e sete meses de negociações. O resseguro é essencial em apólices desse tipo,
para diluir o risco entre os participantes. Pelo contrato que seria fechado, apenas 0,32% do risco ficaria no mercado local. O restante seria repassado para resseguradoras estrangeiras.
O Valor teve acesso a e-mails trocados entre o ressegurador brasileiro IRB Brasil Re, a CSN e a seguradora Mapfre. Nessas correspondências, que fazem parte dos autos do processo, as
partes se mostravam prestes a chegar a uma solução. Em um dos e-mails, o IRB se comprometeu a assinar o termo desde que a CSN desistisse da ação judicial movida no ano passado
contra o ressegurador brasileiro. Em fevereiro de 2008, o IRB recusou o risco da CSN e a empresa entrou na Justiça contra a estatal. Na briga, o judiciário estipulou multa de R$ 100 mil
por cada dia que o IRB recusasse o risco.
Em uma das mensagens, havia um termo de acordo, com data de 30 de dezembro de 2008, no qual o IRB concordava em participar do contrato da CSN, repassando todo o risco para o
mercado externo. Só em prêmios de resseguro, a apólice somava US$ 22,1 milhões.
Também em 2008, enquanto negociava seu programa de seguro, a CSN conseguiu fechar o recebimento da maior indenização da história do mercado segurador brasileiro. O valor exato
está protegido por uma cláusula de confidencialidade, mas o mercado estima que o sinistro seja algo em torno de US$ 600 milhões, por conta de um incêndio ocorrido com o alto forno 3
da Usina Presidente Vargas em janeiro de 2006.
O acordo para o pagamento desse sinistro foi fechado em novembro de 2008. No final de dezembro, chegou-se ao acordo para fechar o programa de seguro de 2008/2009 com a Mapfre.
Mas o acordo não evoluiu, porque um outro sinistro foi comunicado em meio às negociações. Segundo o Valor apurou, o IRB decidiu suspender as negociações depois que a resseguradora
líder do contrato no exterior, a Berkshire Hathaway, questionou a cobertura desse novo sinistro. O IRB também preferiu avaliar melhor.
Em 2006, quando tinha apólice com seguradora do Unibanco, a CSN, para modernizar seu parque industrial, comprou um sistema de transporte de correias da empresa finlandesa Metso.
Essas correiras levam, nos portos, o aço para os navios. Em fevereiro do ano passado, quando a apólice era da SulAmérica, as correias começaram a operar, mas com o passar dos
meses, as borrachas apresentaram um desgaste "bastante acelerado" e "prematuro", segundo declarações da CSN na época, causando prejuízos às exportações da empresa.
A CSN resolveu contratar o Coppetec, da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para avaliar o problema. Os pesquisadores chegaram a conclusão de que o defeito era um erro de
projeto do equipamento. No incêndio do alto forno, também se chegou à conclusão de que o sinistro foi causado por erro de fabricação.
No dia 5 de fevereiro, houve uma reunião de vários resseguradores internacionais e locais no Rio para discutir o assunto. O Valor apurou que o mercado externo estaria disposto a fazer o
resseguro desde que a CSN não reclamasse esse novo sinistro. Sem um acordo entre IRB e CSN, a Mapfre fica impossibilitada de emitir a apólice
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.