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Projeção de crescimento do setor cai de 17,6% para 4,8%


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Fonte: Jornal do Commercio RJ | Seguros | RJ

O mais recente relatório trimestral de acompanhamento do mercado supervisionado de seguros, previdência e capitalização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) joga uma pá de cal nas projeções mais otimistas de expansão do setor neste ano.
Em vez de um crescimento nominal de 17,6% estimado no fim do ano passado pela autarquia, o mercado terá se contentar com uma expansão de apenas 4,8%. E, vale destacar que, para efeito da nova projeção, o relatório considera o crescimento de 1,5% do produto Interno Bruto (PIB), taxa acima das projeções do mercado; e inflação medida pelo IPCA de 4,69%.

Se confirmada a estimativa, o mercado vai gerar em prêmios diretos R$ 71,1 bilhões e dependerá, sobretudo, da perfomance do VGBL, cuja expansão poderá atingir 7,5% no ano, saltando para R$ 25,3 bilhões.

Depois de resistir ao agravamento da crise financeira internacional no último trimestre do ano passado, a ponto de registrar um crescimento médio de 15%, o setor corre o risco de apresentar uma expansão bem modesta, comparando-se aos resultados dos últimos anos, com taxas médias de dois dígitos.

Crise. Mas há luz no fim do túnel. A Susep espera uma reação mais vigorosa do mercado no próximo ano, parecendo concordar que, até lá, os efeitos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira estarão mais atenuados.

Tanto que o viés é de alta acentuada, com taxas de 12,1% e 10,5% em 2010 e 2011, ou 7,3% e 5,8%, respectivamente, de crescimento real nos dois próximos anos.

Até lá, o tom é de desaceleração. No ramo de automóvel, por exemplo, a nova projeção não traz boas notícias para a principal carteira de seguros patrimoniais.

O mercado deve permanecer praticamente estável, ao evoluir de R$ 15,2 bilhões para R$ 15,3 bilhões neste ano.

A projeção do último relatório, contudo, não acena com a possibilidade de prorrogação da redução do Produto Industrializados (IPI) para carros, que inicialmente terminaria no próximo dia 31, mas pode ser estendido para o até o final de junho.

Nos bastidores, executivos de seguradoras consideram arriscado fazer projeções sobre as vendas de seguro para automóvel.

Mas, na média das opiniões, a percepção é de que haverá desaceleração no primeiro trimestre, mas retomada nos demais, tendo em vista os efeitos das medidas do governo para atenuar os impactos da crise financeira internacional.

Nesse ponto, há consenso entre o mercado e o relatório da Susep. Pelas projeções, os prêmios diretos gerados na carteira de automóvel fecham o primeiro trimestre em R$ 3,6 bilhões; avançam para R$ 3,8 bilhões no segundo; estabilizando-se em R$ 3,9 bilhões nos dois últimos trimestres do ano.

Contudo, o mercado ainda espera um crescimento nas vendas de seguro de até 8%. Em 2008, a expansão foi de 12,6%.

IPI. O entendimento é de que a prorrogação do IPI seria uma grande contribuição para alcançar a meta de crescimento nas vendas de seguros de automóvel.

Adotada em dezembro, a redução do IPI ajudou a minorar os impactos da crise nas montadoras, com o contingenciamento das linhas de crédito no mercado bancário. O IPI retrocedeu de 7% para zero nos carros populares; de 13% para 6,5% nos modelos médios, com motor entre 1.0 e 2.0 (modelos a gasolina) e de 11% para 5,5% (nos modelos flex e a álcool), fazendo o consumidor retomar as compras de veículos leves, sobretudo.

O relatório da Susep informa que o carro-chefe das vendas continuará a ser o VGBL. A receita de R$ 25,3 bilhões projetada neste ano, a maior de todo o mercado, deverá elevar a contribuição de previdência privada para um total de R$ 33,5 bilhões, incluindo-se aí o PGBL e planos tradicionais.

Aliás, nessas duas últimas modalidades, que devem ter, respectivamente, receita de R$ 5 bilhões e R$ 3,2 bilhões no ano, a previsão do último relatório da Susep é de crescimento zero.


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