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Presidente do Fed diz que quis impedir gratificações a executivos da AIG


Fonte: G1.com.br - Brazil

Washington, 24 mar (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, disse hoje ao Congresso americano que quis impedir que a AIG pagasse gratificações a seus executivos, depois que o Governo investiu bilhões para impedir o colapso da seguradora.

Bernanke e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, comparecem hoje perante o Comitê de Finanças da Câmara de Representantes (Câmara Baixa), em meio à controvérsia sobre os US$ 165 milhões em gratificações aos executivos da AIG.

A decisão do Fed, em 16 de setembro de 2008 e com apoio pleno do Tesouro, de emprestar até US$ 85 bilhões à AIG deve ser vista no contexto das graves consequências que poderia ter o colapso da firma para o sistema financeiro, disse Bernanke.

O funcionário afirmou que, quando soube das gratificações de "retenção", pagas aos executivos para que eles continuem trabalhando com a AIG, sua reação foi de que "era muito inadequado dar bônus substanciais aos empregados da divisão que tinha sido causa primordial do colapso da AIG".

"Pedi que fossem impedidos os pagamentos, mas fui informado de que deviam ser cumpridos sob contratos concluídos antes da intervenção do Governo", disse Bernanke.

O presidente do Fed disse que cogitou iniciar um processo para impedir os pagamentos, mas assessoria legal o aconselhou "contra esse curso de ação", acrescentou.

Bernanke e Geithner pediram aos legisladores que ampliem as atribuições de suas respectivas agências para dispor a liquidação de firmas financeiras de uma maneira ordenada.

Os dois explicaram que, sob a legislação atual, tudo o que as agências federais podem fazer é intervir nos bancos e fechá-los, e, como resultado disso, o Fed e o Tesouro tiveram que improvisar perante a crise financeira que afetou os bancos, firmas financeiras e de seguros maiores.

Bernanke manifestou que, devido à exposição de bancos, Governos estaduais e locais, e fundos de investimento perante o colapso da AIG, os Estados Unidos enfrentaram no ano passado "uma crise ao estilo da Grande Depressão dos anos 30". EFE


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