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Vida e Previdência estão em alta


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Fonte Gazeta Mercantil

O otimismo em torno do crescimento econômico do País também chegou ao ramo de seguros de vida e previdência. Entre os produtos de seguro de vida, que cresceram 13% no ano passado, a grande estrela são os prestamistas. Com expectativas em torno de 30% de expansão em 2008 (no ano passado o crescimento foi de 45%), esta categoria de seguro é o reflexo nítido da extensão do crédito imobiliário e financiamento de veículos. De acordo com o superintendente do ramo Vida da Marítima Seguros, Sammy Hazan, não apenas o prestamista, mas outros produtos tendem a acompanhar a tendência do ano passado e se manterem em linhas ascendente. Outro exemplo de estrela do portfolio de seguros é o vida em grupo. Por lei nos últimos cinco anos todos os acordos coletivos firmados entre pequenas e médias empresas e colaboradores prevêem a contratação de seguros de vida em grupo por parte do empregador. Além disso, a disputa por talentos no mercado de trabalho obriga as empresas a oferecer seguros de vida como parte do pacote de benefícios, um detalhe que ajuda a alavancar o setor, explica Hazan.

Outras categorias de seguros também impulsionam os lucros das instituições, como o seguro para doenças graves. Ainda segundo o superintendente da Marítima, a demanda por esses produtos cresce tanto no Brasil quanto no exterior por conta do prolongamento da expectativa de vida e avanços da medicina. "O perfil do cliente que contrata este tipo de seguro é amenizar os impactos financeiros causados por uma doença inesperada", diz. E as boas notícias não param por aí. Na avaliação de Hazan outras categorias que prometem são os resgatáveis - voltados para proteção aos riscos de morte prematura e vida muito longa - e os seguros de vida de alta renda, projetados para famílias que querem proteger grandes fortunas. Segundo o superintendente da Marítima esse mercado foi até este ano pouco explorado em razão do monopólio do resseguro mantido pelo governo. "Muitos clientes de alta renda compravam seguros fora do Brasil e hoje esses produtos estão disponíveis no nosso mercado", explica Hazan. Ainda segundo ele, há um montante de R$ 10 milhões a serem conquistados pelas seguradoras brasileiras. A queda do monopólio do resseguro permite, inclusive, a exploração de outro mercado, a da proteção das quantias mais elevadas, até 2008 só possível de ser contratado nos mercados internacionais, como os dos Estados Unidos. O resseguro de capitais elevados é aquele feito pelas próprias seguradoras como meio de transferir e compartilhar parte do risco com outra instituição de seguro. "Hoje há mais ofertas para o resseguro e as instituições de seguros podem optar por melhores negócios", diz Hazan.

Previdência

Na opinião do presidente do Real Tókio Marine Vida e Previdência Edson Franco, os bons ventos também sopram na direção do mercado de previdência, que vem "surpreendendo com crescimento a taxas bem altas". "Para que seguros de vida e previdência tenham demanda nada mais necessário que aumento de renda da população", diz Franco. "Assim que as necessidades básicas estão satisfeitas, o segundo passo dos trabalhadores é pensar no futuro", completa o presidente da Real Tókio Marine, que projeta crescimento em torno de 20% para o PGBL e VGBL. Em 2007, o crescimento destes produtos atingiu 24%, estimulados por outros fatores além dos bons números da economia, como aumento da longevidade e crise do INSS.

Além disso, Franco destaca a conscientização do brasileiro de que a Previdência pública não mais garantirá a qualidade de vida quando este vier a se aposentar. "Há uma clara percepção de que as pessoas não pretendem depender da família ou do governo quando se aposentarem".

Acompanhando a tendência de crescimento Franco aposta na abordagem de venda e em produtos diferenciados como estratégias para liderar o setor de Previdência. Um exemplo é a composição do produto PGBL com seguro de vida. "Este produto garante a proteção tanto para a longevidade quanto para a morte prematura", diz. Mais uma aposta do Real Vida e Previdência são os produtos direcionados para acumulação de recursos para custeio dos estudos dos filhos. "A educação, além de ser um setor em alta, ajuda a promover a cultura da poupança de longo prazo nos jovens", diz Franco. E o mercado poderia estar ainda mais aquecido. A avaliação parte do diretor de produtos da Icatu Hartford, Luciano Snel. Apesar do crescimento acelerado da demanda por previdência e seguros de vida, em torno de 10% a 15% ao ano, a cultura da aquisição destes produtos precisa ser melhor trabalhada. "As pessoas não têm o amplo conhecimento de todos os benefícios oferecidos pelos produtos de seguros de vida e previdência e até mesmo sabem pouco sobre como usarem", avalia Snel. No caso dos seguros de vida, a tendência são os mercados de baixos valores. Os produtos mais baratos e simples atraem o cliente que quer entender que tipo de seguro está adquirindo. "A cobertura para capitais mais baixos e produtos mais simples segue em alta neste ano". Os produtos de previdência desfrutam de um grau de maturidade comercial um pouco maior. "A necessidade de uma previdência complementar já foi reconhecida pelos consumidores, mas ainda há muito a ser feito nesta direção", reconhece o diretor de produtos da Icatu Hartford.

(Gazeta Mercantil/Relatório - Pág. 4)(Cibele Buoro)


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