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Brasil poderá ser o centro de resseguros da América Latina


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Fonte Gazeta Mercantil

Finalmente um mercado de resseguros aberto. A Susep (Superintendência de Seguros Privados), vinculada ao Ministério da Fazenda, deu o pontapé inicial em um novo ciclo da indústria de seguros do Brasil. Com faturamento de R$ 3,2 bilhões em 2007, o setor deve dobrar de tamanho em dois anos, acredita Armando Vergílio, titular da Susep. "É um dia histórico. A importância se equivale, em proporção, ao que representou, para a economia brasileira, a abertura dos portos as nações amigas em 1808", disse durante a coletiva na semana passada, onde anunciou o nome das resseguradoras cadastradas.

Foi um corre-corre por parte das empresas e dos técnicos da Susep para evitar o adiamento da abertura do setor monopolizado há quase 70 anos pelo IRB Brasil Re. Isso porque apesar do assunto estar sendo discutido há 12 anos e desde 17 de dezembro de 2007 estar previsto o início da atuação de novos competidores, nada estava pronto. Pior. Não havia ninguém para vender resseguro além do IRB na semana passada, podendo criar desabastecimento no País.

Vergílio conseguiu achar um jeito. Saiu ameaçando todo mundo de que iria adiar a abertura. Foi o bastante para acelerar o processo das empresas que estavam aguardando o meio do ano para começar com a operação com o balanço financeiro no início do segundo semestre, uma data mais redonda.

Para dar início a abertura, a Susep precisava de pelo menos um ressegurador dentro de cada modalidade determinada pela legislação: local, com empresa instalada no Brasil; admitido, com apenas um escritório de representação; e eventual, com um representante da matriz.

E assim foi. "Ele conseguiu criar um mercado local que deverá ser o maior da América Latina pelo número de investidores que conseguiu atrair com a forma que a abertura foi conduzida", diz Jacques Bergmann, diretor da Itaú XL e também presidente da comissão de riscos especiais e de resseguro da Fenseg.

No dia 17 de abril deste ano estão autorizadas a operar o IRB como local; o Lloyd''s of London, que representa os maiores sindicatos do mundo, como admitido; e a Munich Re como eventual. Nesta semana outras quatro resseguradoras admitidas, que já receberam autorização prêvia, se somaram a lista: Swiss Re, da Suíça; a Swiss Re America, dos Estados Unidos; a Scor Re, da França; e a Transatlantic, dos Estados Unidos. J.Malucelli e a Munich Re como locais estão em fase final de entrega de documentação. Outras três manifestaram intenção de participar no setor de resseguros nacional como admitidas: Partner Re, Federal Insurance, dos Estados Unidos; e Hannover Re, da Alemanha.

A expectativa é de que as resseguradoras estarão prontas mesmo para operar a partir do segundo semestre. Depois de receber a autorização da Susep, elas ainda precisam dar entrada em toda a papelada burocrática para constituir uma resseguradora dentro da legislação brasileira, contratar funcionários entre outros detalhes importantes. A Mapfre, por exemplo, encontra dificuldade de achar um local para instalar o escritório.

(Gazeta Mercantil/Relatório - Pág. 2)(Denise Bueno)



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