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Fonte: Gazeta Mercantil - São Paulo,SP,Brazil
Londres, 20 de Maio de 2009 - A crise financeira internacional dominou as primeiras atividades do Insurance Day Summit London, evento internacional que reuniu executivos das maiores seguradoras, resseguradoras e corretoras internacionais no centro financeiro da capital inglesa, num hotel às margens do rio Tâmisa. Na abertura do encontro ontem, Richard Ward, principal executivo do Lloyd's, porém, tentou passar uma mensagem de otimismo aos participantes, destacando que o maior mercado segurador e ressegurador do mundo, com participação de mais de 80 entidades, terá capacidade financeira elevada para coberturas a partir do ano que vem.
Já Georg Daschner, membro do conselho de administração da Munich Re, é mais pessimista. Ele informou que a resseguradora alemã com forte atuação no Brasil trabalha com base em dois cenários, de recessão global e de piora dos efeitos da crise do subprime. "O primeiro já é uma condição materializada, enquanto a segunda opção poderá se concretizar e elevar os sinistros dos ramos D&O (responsabilidade civil para executivos) e seguro de crédito, além de impactar negativamente os prêmios dos segmentos de engenharia, aviação, agricultura. Essas perdas irão resultar em redução de capital da indústria de seguros", explicou.
Brasil ganha destaque
O Brasil, juntamente com seus pares dos Brics (Rússia, Índia e China), mereceu menção especial do presidente da ACE para a Europa, Andrew Kendrick. O inglês usou números que demonstram a perda de mercado de bancos e seguradoras norte-americanas para demonstrar que, principalmente, os mercados brasileiro e chinês "vão liderar a recuperação dos ganhos dos negócios de seguros e resseguros, muito afetado pelos furacões do ano passado e pelas perdas geradas pela pior crise financeira desde a década de 1940", destacou. Na palestra "Alcançando crescimento em tempos de recessão global", Kendrick disse que as empresas que se destacarão em 2009 e 2010 serão aquelas com a melhor política de underwriting (aceitação de riscos).
Cautela no resseguro
O resseguro no País também foi destaque de dois painéis de discussão sobre mercados em desenvolvimento. Nick Charteris-Black, diretor de serviços da agência internacional de rating AM Best, disse que o Brasil em relação a seus concorrentes dos BRICs. "É um mercado mais sofisticado, mais fácil para uma empresa estrangeira dialogar. Em um ano de resseguro aberto à concorrência privada, quase 60 empresas receberam autorização para entrar no País." Já na palestra "Fusões e aquisições - Tendências sobre reestruturação de operações", o CEOs do Novae Group e da Tokio Marine Global, Matthew Fosh e Harutoshi Tagaya, sentenciaram que as grandes companhias de seguros e resseguros internacionais não devem se aventurou em novos mercados mesmo com preços na bacia das almas, naturais em tempos de crises. "Mesmo com oportunidades muito baratas, vai faltar capital para as empresas e o investidor estará interessado não em pagar barato por uma companhia cheia de dívidas", afirmou Matthew Fosh.
Outro destaque do primeiro dia do Insurance Day Summit London foi a apresentação do diretor geral da AIG do Reino Unido, Lex baugh. Assim como no Brasil, a AIG passará a se chamar AIU. "A mudança deve vir em julho ou agosto próximo, mas fizemos uma pesquisa que mostrou que a imagem da AIG não foi muito abalada no Reino Unido, então o principal impacto da mudança de marca por aqui será para os torcedores do Manchester United (que tem a AIG estampada na camisa do time de futebol)", contou Baugh. O executivo procurou desmistificar "lendas urbanas" ao redor da seguradora norte-americana, uma das principais vilãs da crise do subprime. "Por causa da situação da AIG na crise, alguns concorrentes disseram que nós vínhamos perdendo clientes, despedindo funcionários e entrando na guerra de preço praticada para não perder mercado. O fato é que continuamos competitivos em seguros e no Reino Unido tivemos ótimo resultado no ano passado."
Critérios de solvência
O evento também discutiu aspectos de regulação, com uma palestra sobre Solvência 2, novo critério de formação de capital baseado em risco que passa a valer para seguradoras europeias a partir de 2012 , e assuntos específicos sobre o mercado de Londres, como a política cambial das empresas do setor de seguros - cerca de 60% dos prêmios do Lloyd's é faturado em dólares. Além disso, um especialista em gestão de riscos da Marsh chegou a falar sobre os impactos da pandemia da gripe suína no mercado segurador. O seminário será encerrado hoje com discussões sobre perspectivas globais do setor de seguros e resseguros, gestão de sinistros, manutenção da competitividade e avaliação do cenário econômico global, com os principais executivos das empresas Zurich, Marsh, HSBC Insurance Brokers, Scor, Pparis Re, Miller, Hiscox, entre outras companhias.
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