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Acordo injeta R$ 336 milhões na Marítima, que mantém porta aberta para o corretor


Fonte: CQCS - Rio de Janeiro,RJ,Brazil

A Marítima Seguros garante que vai manter sua estratégia de manter "as portas abertas para o corretor de seguros, sempre com o objetivo de atender melhor seus segurados". Segundo o comunicado divulgado pela seguradora, o acordo de compartilhamento de seu controle acionário celebrado com a Yasuda Seguros nesta quarta-feira, ainda depende da aprovação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da Agência Nacional de Saúde (ANS).

Mas, de antemão, está acertado que será mantida também a independência operacional das empresas.

Segundo o comunicado, o negócio implica capitalização da Marítima Seguros em R$ 200 milhões e oferta privada para aquisição das ações dos minoritários pelo mesmo valor por ação, o que fará com que a operação atinja até R$ 336 milhões.

A presidência da Diretoria e do Conselho de Administração da Marítima continuarão a ser exercidas por Francisco Caiuby Vidigal. Na vice-presidência, permanece Francisco Caiuby Vidigal Filho.

A companhia manterá ainda os diretores estatutários, mas agregará dois novos diretores, também estatutários, indicados pela Yasuda. O Conselho de Administração será compartilhado entre a Família Caiuby Vidigal e a Yasuda, com três conselheiros cada uma.

O J.P. Morgan atuou como assessor financeiro da Marítima Seguros S.A. e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados atuou como assessor jurídico.

Em entrevista recente, antes da concretização do negócio, o diretor financeiro e de relações com investidores da Marítima, Milton Bellizia Filho, já havia antecipado que os acionistas da seguradora não abririam mão do controle. Contudo, ele estimou em R$ 500 milhões o valor que poderia ser captado com o acordo.

De qualquer forma, os recursos apurados agora são mais do que suficientes para o reforço que a Marítima pode vir a precisar para se adequar as novas regras de solvência, estimadas pelo executivo em cerca de R$ 150 milhões. Até porque, como ele próprio lembrou, em 2008, os acionistas injetaram R$ 88 milhões.

O diretor da companhia negou que a parceira vise exclusivamente a apurar novos recursos para esse processo de adequação. Segundo disse na entrevista, o interesse da seguradora é obter novos recursos para financiar os projetos de expansão. "A meta é ser uma das cinco maiores do mercado local no prazo de cinco anos", frisou.

No ano passado, a Marítima registrou prêmios de R$ 1,1 bilhão, expansão de 18% em relação a 2007. O lucro líquido ficou em R$ 12,7 milhões, R$ 3 milhões a menos que o do período anterior. Os ativos fecharam o ano em
R$ 1 bilhão e as provisões técnicas em R$ 505 milhões.

As principais carteiras tiveram expansão nas vendas. A de automóveis terminou o ano com 339 mil veículos segurados e prêmios de R$ 433 milhões, alta de 28%. Por conta das enchentes em Minas, no Sul e em São Paulo, a sinistralidade subiu de 57% para 69%. A carteira de saúde cresceu 12% (prêmios de R$ 313 milhões). Com os ajustes, que incluíram o fim da venda de planos para pessoas físicas, passou a dar lucro. No ano passado, o ganho foi de R$ 9,5 milhões e o retorno patrimonial de 30%. No segmento de riscos patrimoniais, o crescimento foi de 23% (R$ 295 milhões) e em vida, ficou em 39% ( R$ 40 milhões).


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