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Bovespa segue acima dos 54 mil pontos; ganho no ano vai a 45,68%


Fonte: O Globo - Rio de Janeiro,RJ,Brazil

SÃO PAULO - O tom otimista de maio sobrevive à mudança de mês, impulsionando a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para patamares não observados desde o começo de setembro do ano passado, acima dos 54 mil pontos. Com destaque para os papéis de commodities e bancos, por volta das 13h10, o Ibovespa subia 2,84%, marcando 54.706 pontos. O giro financeiro somava R$ 2,70 bilhões. Tal pontuação garante elevação de 45,68% para o indicador no acumulado do ano.

O movimento comprador tem respaldo no cenário externo positivo e na valorização das commodities. O preço das matérias-primas ganhou fôlego com a divulgação de um índice que mostrou crescimento na atividade industrial da China no mês passado.

Nos Estados Unidos, as compras prosseguem. O Dow Jones e o Nasdaq aumentavam 2,55% e 2,80%, respectivamente. Os agentes se mostram aliviados com o desfecho da General Motors (GM). Depois de meses agonizando, a companhia entrou com pedido de falência e passará por uma reestruturação com ajuda do governo, que vai emprestar mais US$ 30 bilhões à montadora.

Contribuindo para as compras, o Institute for Supply Management (ISM) mostrou que o índice de atividade industrial subiu de 40,1 pontos em abril para 42,8 pontos no mês passado, alta acima do esperado. No entanto, vale lembrar que qualquer leitura abaixo dos 50 pontos indica contração no setor.

Segundo o superintendente da Banif Corretora, Raffi Dokuzian, fora a questão envolvendo a GM, as outras notícias são todas positivas e o fluxo estrangeiro em direção à Bovespa segue forte. " Não tem como ir contra a maré " , resume.

Dados da própria Bovespa aponta que, no acumulado do mês de maio até o dia 27, o saldo estrangeiro somava R$ 5,64 bilhões, o maior desde abril do ano passado. Com isso, o saldo do ano estava em R$ 10,76 bilhões.

Na visão do especialista, os investidores continuam antecipando que 2010 será um ano de recuperação. Outro fator que ajuda a explicar essa forte valorização do Ibovespa é que semana que vem a taxa básica de juros brasileira vai estar em dígito. " A renda fixa deixa de ser um porto seguro em termos de rentabilidade " , diz Dokuzian, apontando que o investidor terá que correr mais risco para rentabilizar seu capital.

No dia 10 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) apresenta sua decisão sobre a taxa de juro e o consenso aponta para corte de 0,75 ponto percentual, que levaria a Selic de 10,25% para 9,5% ao ano.

O que traz certa preocupação, segundo Dokuzian, é que a Bovespa não passa por realização de lucro. " O mercado tem muita força. Só passará por correção em cima de um fato muito ruim, como números de crescimento interno e externo aquém do esperado. "

No front corporativo, os carros-chefe acompanhavam o preço das commodities. Vale PNA subia 3,96%, para R$ 33,78, e Petrobras PN aumentava 2,43%, a R$ 35,29. Entre as siderúrgicas, Gerdau PN ganhava 4,12%, a R$ 21,46, e CSN ON tinha acréscimo de 4,22%, negociado a 50,55%.

No segmento financeiro, Bradesco PN tinha elevação de 1,71%, a R$ 30,82, e Itaú Unibanco PN se valorizava 3,13%, para R$ 32,88.

Destaque de alta para o ativo ON da JBS, que reverteu as perdas da abertura, e avançava 7,28%, para R$ 7,22, estendendo os ganhos de 10,32% da sexta-feira. ALL Logística unit, Vale ON, Brasil Telecom Part PN, VCP PN, Redecard ON e BM & FBovespa ON registravam acréscimo de mais de 4% cada.

No lado oposto, Telemar ON caía 1,16%, para R$ 42,50. NET PN recuava 0,25%, a R$ 19,80, e Klabin PN devolvia 0,29%, para R$ 3,37.

O mercado de câmbio também reflete o tom otimista das bolsas e das commodities estimulando a aumento de posições vendidas em moeda americana. Por aqui, o dólar marcava o sétimo pregão seguido de baixa, elevando a desvalorização acumulada em 2009 para 16,5%. Há pouco, o dólar comercial saía a R$ 1,948 na venda, queda de 1,11%.


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