Notícias

Redução da liquidez no Brasil foi menos severa


Fonte: CQCS - Rio de Janeiro,RJ,Brazil

Os bancos brasileiros são pouco alavancados, conforme o levantamento do Boston Consulting Group (BCG). Os bancos do país tinham, ao fim de 2008, ativos ponderados pelo risco equivalentes a 18% do capital, acima dos 11% exigidos pelo Banco Central (BC) e dos 8% praticados no exterior.
No fim de setembro, segundo o BCG, o Citibank tinha um índice de 9,7%; o Bank of America de 9,2%; e o JPMorgan, de 10,9%. Já o Santander tinha 8,8%.

Ainda assim, os três maiores bancos brasileiros -Itaú Unibanco, BB e Bradesco - aumentaram as provisões em 71% no quarto trimestre, reforçando o colchão em quase R$ 10 bilhões, acompanhando a expansão do crédito no país. As operações de crédito equivaliam a 25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2003, passaram para 36% em 2007 e atingiram 42% em 2008 - índice que revela que ainda há grande espaço de crescimento.

Apesar do sufoco vivido pelos bancos brasileiros, especialmente os médios, no quarto trimestre, o BCG sustenta que a redução de liquidez interbancária foi menos severa no Brasil do que em outros mercados, o que também ajudou a sustentar os resultados. Segundo o BCG, o volume de operações compromissadas com lastro em certificados de depósito interbancário (CDI) caiu 17% entre o segundo e o quarto trimestre de 2008, de R$ 88 bilhões para R$ 73 bilhões. Já o volume total de acordos de recompra nos Estados Unidos (uma medida de liquidez interbancária no mercado local) despencou 36% no mesmo período, de US$ 757 bilhões para US$ 484 bilhões.

A consultoria dedica um capítulo especial ao papel importante da regulação brasileira na estabilidade do sistema financeiro. Segundo avaliação do BCG, o Brasil já possui uma regulamentação sofisticada, com regras que países estrangeiros querem agora adotar. Uma delas é supervisão ampla do sistema financeiro, de responsabilidade do BC, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Superintendência de Seguros Privados (Susep), sem sobreposição nem os espaços vazios que propiciaram deslizes no mercado internacional.

As regras brasileiras de capital mínimo dos bancos e constituição de provisões são mais conservadoras do que em vários mercados externos. Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) têm contabilidade transparente. Além disso, os derivativos, mesmo negociados em balcão, são registrados em centrais e bolsa sob constante monitoração. (MCC).


« Voltar