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Fonte: Monitor Mercantil - Rio de Janeiro,RJ,Brazil
Os bancos de médio porte estão mostrando uma performance melhor neste primeiro semestre do ano na comparação com as instituições de grande porte. De acordo com os analistas de investimentos, a volta das captações para os bancos menores faz com que estas instituições tornem-se atrativas para os investidores. "O acesso renovado à captação é essencial para nossa projeção do crescimento do crédito entre os bancos de médio porte", afirmam os analistas do HSBC Global Research. Segundo os especialistas, a liquidez saudável e os índices da Basiléia também contribuem para o crescimento do crédito e possível recuperação das margens. No entanto, os índices de qualidade devem ser monitorados.
Dos 33 ações de bancos listadas na BM&FBovespa, 15 exibem performance acima do Ibovespa no acumulado do ano até o pregão do dia 26 de junho, que mostra alta de 38,61%. Todos os papéis são de instituições de médio porte, com exceção para as ações ordinárias do Banco do Brasil. "Os bancos grandes permanecem com as piores performances", destacam os analistas do Espírito Santo Equity Research (BES). A maior valorização fica com as ações preferenciais do Bic Banco, que exibem alta de 191% no ano. Já as preferenciais do Paraná banco estão na segunda colocação, com ganho acumulado no ano de 187,73%, seguidas pelas preferenciais do Pine, 157,35%. Dentre os bancos de grande porte, as ações ordinárias do BB registram alta de 51,2%; as preferenciais do Bradesco 28,39% e as do Itaú Unibanco, 20,29%.
No mês, o cenário não foi muito diferente, 26 ações registraram uma performance acima do Ibovespa, que registrou queda de 2,16%. Dentre estes papéis, quatro ações mostram desvalorização, mas ainda abaixo da perda do índice: Nordeste do Brasil, Mercantil Financeiro, Alfa Investimentos e Daycoval. As ações das instituições de grande porte, com exceção do BB, também mostraram desempenho abaixo do índice.
"Este forte desempenho do setor de bancos pode ser resultado de uma melhora na perspectiva para o cenário de crédito no Brasil, porém com os números publicados pelo Banco Central para o mês de maio reforçamos a nossa visão de um tímido crescimento, em especial para o primeiro semestre deste ano. Ainda mantemos as nossas atuais recomendações e destacamos que, num cenário de recuperação, o Banco do Brasil tenderia a ser o banco mais bem posicionado para capturar esta melhora de cenário dado que sua exposição no crédito é maior", explicam os analistas do BES.
Captação
Estimula as captações dos bancos pequenos, o programa RDB, lançado em março de 2009, o Banco Central através da Resolução 3692. A medida foi voltada para garantir recibos de depósitos bancários (RDBs), por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O programa atua como um seguro governamental para os depósitos a prazo, resultando em menos aversão ao risco por parte dos investidores, facilitando, assim, o acesso desses bancos à captação doméstica. O programa é limitado a R$ 5 bilhões por banco e, portanto, é voltado para os bancos menores, sendo menos relevante para os grandes bancos. O RDB garantido pelo governo deu o pontapé inicial para as operações de crédito. O programa permitiu ao setor levantar R$ 8 bilhões em captação básica desde o começo do segundo trimestre deste ano, e com a redução na aversão ao risco, ocorreu também alguma atividade no mercado de capitais. "Em nossa opinião, este é o alicerce do recomeço do crescimento do crédito para os bancos de médio porte", afirma o relatório publicado pelo HSBC.
A sólida adequação do capital e a liquidez contribuem para a reativação do crescimento do crédito, com possível expansão das margens dos bancos menores, devido a redução dos custos de captação de recursos. No mercado de crédito consignado, a escassez de captação comprimiu as margens, fazendo com que alguns bancos de médio porte desacelerassem suas operações nessa categoria. Agora, com a captação básica renovada, as margens estão expandindo novamente e há um número menor empresas de crédito consignado. "Com ampla liquidez, altos índices de Basiléia e menores custos de captação, esperamos que as carteiras de crédito dos bancos de médio porte voltem a crescer, especialmente em consignado", projetam os analistas do HSBC.
Apesar da perspectiva positiva, os índices de qualidade precisam ser monitorados de perto, especialmente na categoria de empresas do middle market. "O risco de deterioração dos índices de qualidade, não apenas no mercado middle market e o cenário de maiores provisões continuam sendo nossas principais preocupações com o setor, justificando nossa atitude mais comedida em relação aos bancos de médio porte", destaca o relatório do HSBC.
Eles destacam que, embora haja maior potencial para reativação dos empréstimos consignados, a preocupação está relacionada com a deterioração que o segmento de empréstimos de empresas de médio porte pode causar na qualidade base de ativos. "Acreditamos que as oportunidades atuais de investimentos são menos claras tendo em vista a tendência destes segmentos", alertam.
Recomendações
Assim, é preciso ter cuidado: nem todas as instituições menores devem exibir bons indicadores. "As ações desses bancos não estão mais tão descontadas em termos de avaliações, porém ainda vemos algumas oportunidades atrativas", explicam os especialistas do HSBC. Para eles, as apostas preferidas são: Daycoval e Sofisa OW.
Já o Cruzeiro do Sul, o Banco ABC e o Pine foram rebaixados. "Avaliamos que as ações dos bancos concentrados em empréstimos em folha de pagamento (consignados) - Paraná e Cruzeiro do Sul - já estão relativamente bem precificadas, em termos de avaliação. Compreendemos que, Daycoval e Sofisa, por conta de suas recentes decisões para reduções de custos, possam ser opções de investimento mais interessantes, apesar de suas elevadas exposições ao segmento de empréstimos corporativos para empresas de médio porte (middle market)", justificam.
Grandes
Os dados de crédito do Banco Central relativos a maio mostram expansão de apenas 0,9% em relação a abril e 18,8% em relação a maio de 2008, uma leve desaceleração na comparação com abril, quando o credito total cresceu 20,8% em relação ao ano anterior. Os empréstimos tanto para pessoas físicas como para o segmento corporativo com recursos internos continua crescendo, mas empréstimos para empresas com recursos externos continuam em queda de 6% em relação a abril acima da queda de 5% apresentado em abril em relação a março. "O crescimento, embora pequeno, tanto para pessoas físicas como corporativa traz ganhos maiores para os Bancos grandes e em diferentes formas para os bancos pequenos e médios. Assim, a nossa preferência continua a ser para os grandes bancos, especialmente para o banco Itaú que neste momento tem uma performance aquém dos pares e ganha com o crescimento que os segmentos de empréstimos a indivíduos e corporativos apresentam", afirmam os analistas do Banif Securities.
As expectativas dos especialistas são de que haja a continuidade a deterioração do nível de inadimplência, sendo que essa deve ser a tendência, pelo menos até o final do terceiro trimestre. A partir de então o nível de atrasos deve permanecer estável decrescendo a partir de 2010. "Continuamos a esperar uma taxa de crescimento sustentável para os grandes bancos de 3% com o rentabilidade sustentável de cerca de 20%, apesar da redução na taxa básica este ano", projetam.
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