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Fonte: Monitor Mercantil - Rio de Janeiro,RJ,Brazil
Quem mantém planos de economizar mensalmente com vistas a garantir uma boa aposentadoria no futuro não decidiu sacar os recursos do plano de previdência, mesmo diante da crise financeira que abalou a economia brasileira. O movimento presenciado nos primeiros meses do ano foi de um leve recuo das contribuições aos planos de previdência complementar, mas nada que comprometesse o segmento.
Segundo as estatísticas divulgadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), as provisões passaram de R$ 65,34 bilhões para R$ 73,154 bilhões. O total das contribuições, entre janeiro a abril deste ano, somou R$ 2,55 bilhões, 4,4% abaixo do registrado no mesmo período de 2008, R$ 2,67 bilhões. Somente os planos geradores de benefício livre (PGBL) receberam R$ 1,52 bilhão.
Na avaliação do Osvaldo do Nascimento, presidente da Itaú Seguros, a continuidade do crescimento dos planos de previdência, apesar da retração da renda do brasileiro e do aumento do desemprego, está relacionada ao perfil do investidor e ao tipo de investimento, classificado como de longo prazo.
- Quem faz previdência, em geral, são pessoas de renda mais alta - explica.
As classes mais baixas, que foram as mais afetadas pelo problema do desemprego, optam pelo INSS. Ao mesmo tempo, quem tem previdência e acaba sendo demitido, busca primeiro utilizar a indenização a receber para depois lançar mão dos recursos guardados.
No caso daqueles que precisaram resgatar os recursos por conta de estar desempregado, o plano permite que se façam os saques sem o pagamento do Imposto de Renda.
- O plano permite que sejam feitos estes resgates sem precisar pagar o IR devido ao desemprego. Por isso, alguns acabam por optar usar o valor como uma renda temporária - destaca Nascimento.
Ele lembra que, mesmo diante desta opção, os planos de previdência continuam crescendo.
Outra questão é que a opção por colocar recursos nos planos de previdência tem como objetivo a formação do patrimônio para a futura aposentadoria. Desta forma, em momentos de crise, o aplicador reduz o volume de aportes, mas os recursos já aplicados são tidos como última opção para serem usados.
- A pessoa não acumula dinheiro para o curto prazo. Esta é uma forma de acumular patrimônio de longo prazo - define o especialista da Itaú Seguros.
Os planos de previdência também exibem vantagem tributária tanto para quem opta pelo PGBL, mais recomendável para as pessoas que fazem a declaração detalhada do Imposto de Renda (formulário completo), quanto para os que optam pelo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), indicado para quem faz a declaração simples ou é isento de IR. A principal distinção entre os dois tipos de planos está na tributação.
No PGBL, é possível deduzir o valor das contribuições da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da sua renda bruta anual.Com esta possibilidade, a pessoa poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição de IR. Se o contribuinte tem um rendimento bruto anual de R$ 100 mil. Com o PGBL, poderá declarar R$ 88 mil. O IR sobre os R$ 12 mil restantes, aplicados em PGBL, só será pago no resgate desse dinheiro.
- A vantagem do PGBL é para aqueles que desejam aplicar até 12% da renda declarável, pois tem a questão do IR - afirma.
No caso do VGBL, indicado também para quem deseja diversificar seus investimentos ou para quem deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência, a tributação acontece apenas sobre o ganho de capital. Nascimento lembra que a vantagem tributária aumenta ao longo do tempo de permanência da pessoa no plano, o que desestimula os saques.
- O VGBL é mais vantajoso na perspectiva de longo prazo. Quanto mais tempo manter o plano, menos imposto é pago - destaca.
Para decidir ingressar na previdência complementar, é preciso, num primeiro momento, ter disciplina. O investidor pode começar a colocar pequenas quantias mensais, de forma a ir acumulando patrimônio.
Juros
Os planos de previdência também têm ganhado espaço entre as pessoas físicas diante da queda da taxa de juros.
- A redução dos juros faz com que os investidores olhem mais para aplicações que permitam a otimização do pagamento de impostos e fiquem mais atendo às questões como o valor das taxas de administração, no caso dos fundos de investimento - explica o executivo da Itaú Seguros.
Como exemplo, Nascimento explica que se uma pessoa aplica R$ 1.000 em um plano de previdência (PGBL), R$ 275,00 equivalem a economia de impostos e R$ 725,00 ao dinheiro aplicado efetivamente. Assim, do acumulado de R$ 100 mil, R$ 72.500 corresponde ao dinheiro efetivamente retirado do bolso e R$ 25.700 à economia de imposto de renda. No caso da aplicação ser direcionada a um fundo de investimento, a realidade é diferente: Se a pessoa colocasse R$ 725,00 por mês no acumulado teria R$ 72.500.
- É uma grande vantagem tributária - ressalta Nascimento. Se a pessoa tem poucos recursos e pretende resgatar no longo prazo, o mais recomendável é aplicar na previdência.
Por outro lado, a queda da taxa de juros, hoje em 9,25% ao ano, irá gerar a necessidade de aumento das contribuições para a formação do patrimônio final. Isso porque variações nos juros do mercado levam a variações na rentabilidade do patrimônio dos fundos previdenciários. Menos rentabilidade implica em maior necessidade de contribuições e vice-versa.
De acordo com os dados da Susep, até abril deste ano, 57% dos recursos depositados na previdência privada estão na renda fixa e 34% em títulos públicos. Estes dois tipos de aplicações são afetados diretamente pela baixa nos juros. Assim, a queda na Selic fará com que as entidades de previdência tenham que mudar suas estratégias de investimento, a fim de equilibrar as perdas e serão forçadas a correrem mais riscos para segurar a rentabilidade diante de um cenário de queda de juros. O percentual destinado à renda variável atualmente é de apenas 5% do total e em imóveis 4%.
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