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Seguro de carro fica mais caro


Fonte: Zero Hora - Porto Alegre,RS,Brazil

Proteger o automóvel de acidentes e da ação de criminosos está de 10% a 15% mais caro do que no ano passado, calcula a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). E uma das principais razões, por ironia, é a comemorada queda da taxa selic, o juro básico da economia.

José Carlos Oliveira, do Comitê de Automóveis da entidade, explica que isso se deve ao fato de as companhias terem normalmente despesas próximas ou idênticas às receitas. Assim, boa parte do lucro é obtida com operações financeiras. São aplicações usualmente remuneradas pela Selic, que no mês passado chegou 9,25%. Há um ano estava em 12,75%.

- A diferença tem de ser tirada de algum lugar. E o consumidor paga a conta - lamenta o vice-presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul, Júlio Cesar Rosa, que avalia um aumento no Estado de 8% a 10%, inferior à alta nacional.

Oliveira acrescenta que, em média, as seguradoras desembolsam 65% do que faturam com indenizações de sinistros, além de impostos, comissão dos corretores, serviços de guincho e salários. Com isso, apelam à receita financeira para permanecer no azul.

- Os seguros movimentam muito dinheiro, mas as margens são apertadas e a concorrência é acirrada. Então, qualquer 0,5% (de queda do juro básico) faz muita diferença - diz Oliveira.

Advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Elisa Novais entende que a diminuição da receita não pode ser vir de justificativa para a elevação dos preços. Isso porque, diz Elisa, a aplicação financeira não é a atividade fim das seguradoras. Mesmo assim, o consumidor deve receber por escrito as justificativas para o aumento de preço.


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