Notícias

Seguro de vida diminui em países industrializados e aumenta em economias emergentes


Fonte: Portal Nacional de Seguros - Santos,SP,Brazil

O estudo "World insurance in 2008", divulgado pela Swiss Re, revela que houve queda nos prêmios de seguros de vida em países industrializados e forte crescimento em economias emergente no ano passado.

Os prêmios de seguros de vida recuaram 3,5% em 2008, devido, principalmente, à forte queda na venda de produtos vinculados a títulos e seguros de vida com prêmio único nos países industrializados. Os prêmios de ramos não-vida caíram 0,8%. O volume mundial de prêmios de seguros, segundo o estudo, apresentou ligeira alta em 2008, aumentando para US$ 4,270 trilhões. Entretanto, corrigidos pela inflação, os prêmios apresentaram queda de 2%.

A crise financeira global afetou particularmente o crescimento dos prêmios de seguros de vida, principalmente no segundo semestre de 2008. A venda de produtos vinculados a cotas e a mercados acionários foi gravemente afetada pela queda nos mercados de ações, levando a uma retração de 5,3% (US$ 2,219 trilhões) nos prêmios de seguros de vida nos países industrializados. As vendas de produtos não vinculados a poupanças, como anuidades fixas e seguros de vida tradicionais, continuaram a crescer em muitos países, mas não chegaram a compensar a queda observada nos produtos vinculados a títulos.

Em contraste com os países industrializados, nos mercados emergentes o crescimento dos prêmios de seguros de vida acelerou para 14,6%. Daniel Staib, um dos autores do novo estudo sigma, explic ou: "Como no primeiro semestre do ano muitos países de mercados emergentes lucraram com o forte aumento no preço das commodities, suas economias continuaram com bom desempenho, mesmo com o declínio nos países industrializados a partir de setembro."

Como resultado da instabilidade nos mercados financeiros em 2008, o patrimônio líquido do setor de seguros de vida encolheu, em média, de 30% a 40%; algumas companhias sofreram quedas de até 70%. Staib observou: "O volume das perdas no patrimônio líquido no setor de seguros de vida é um reflexo do fato de que as seguradoras desse ramo assumem não apenas o risco de seguro, mas também o risco de ativos. Entretanto, deve-se dizer que a extensão das perdas demonstra a dimensão extraordinária da crise."

Ramos não-vida continuaram rentáveis apesar da queda nos prêmios

Em contraste com os seguros de vida, em 2008 os prêmios de ramos não-vida apresentaram queda apenas marginal (US$ 1,779 trilhão) devido, principalmente, à redução na demanda por cobertura e redução das tarifas. Embora os prêmios de ramos não-vida tenham caído 1,9% nos países industrializados, o crescimento nos mercados emergentes continuou forte, aumentando 7,1% em relação aos níveis de 2007.

Ao mesmo tempo, os resultados de subscrição dos ramos não-vida continuaram igualmente positivos na maioria dos mercados, apesar das perdas bastante elevadas com catástrofes naturais. Ao final do ano foi observado aumento de tarifas em alguns países e linhas de negócio.

Perspectiva: contida em 2009, deve ser esperada recuperação em 2010

"Embora os mercados financeiros continuem vulneráveis, eles se estabilizaram recentemente, reduzindo a pressão sobre o preço dos ativos e sobre o capital", afirmou Staib. Mesmo assim, os economistas da Swiss Re preveem que o crescimento dos prêmios de seguros de vida continue contido em 2009, podendo até mesmo ser negativo, já que a turbulência nos mercados acionários e as perspectivas sombrias para o nível de emprego continuam a impactar negativamente a venda de produtos de poupança vinculados a títulos. Os mercados com proporção elevada de negócios de prêmio único vinculados a títulos serão os mais afetados.

Staib afirmou: "Com a recuperação da economia, esperamos aumento nos prêmios de seguros de vida e nos resultados de investimento, já que é esperado que o preço dos ativos volte a melhorar. Isso terá efeitos positivos não apenas na rentabilidade, mas também no patrimônio líquido e na capacidade de captação de capital. A médio e longo prazos, a perspectiva para os seguros de vida continua positiva."

Nos ramos não-vida, espera-se que os prêmios reais, isto é, corrigidos pela inflação, permaneçam constantes em 2009, já que é provável que a retração econômica contenha a demanda, particularmente nas linhas de negócio comerciais. Staib afirmou: "É provável que a demanda pelas linhas pessoais, como veículos, seja menos afetada, já que os gastos com seguros são menos discricionários, particularmente nos mercados industrializados. No entanto, a situação econômica também afetará esse segmento."

Staib concluiu: "Embora espera-se que a recessão reduza a demanda por cobertura de seguros, as carências de capital sustentarão a alta de preços. Além disso, a demanda por cobertura adicional deve crescer em 2010, acompanhando a recuperação da economia. É provável que a rentabilidade aumente nos ramos não-vida em função, principalmente, da alta de preços e de resultados de investimentos mais sólidos."[3]

O estudo em inglês pode ser baixado pelo www.swissre.com


« Voltar