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Cobertura para produtor rural crescerá 73% este ano


Fonte: Portal Nacional de Seguros - Santos,SP,Brazil

A crise internacional passou longe do seguro rural, que permanece sendo uma das carteiras com maior percentual de crescimento no mercado brasileiro. Segundo projeção da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), o ramo agrícola dará um salto de até 73,4% este ano, com receita de prêmios acumulada de ordem de R$ 562 milhões, já incluído nesse valor o subsídio oferecido pelo Governo aos produtores rurais.

"O número de apólices emitidas cresceu 177% no primeiro semestre, comparado ao mesmo período do ano passado", comemora o membro da Comissão de Seguros Rurais da Fenseg, Luiz Carlos Meleiro, que também é superintendente de Agronegócios da Allianz Seguros.

Segundo ele, o número de seguradoras que operam no ramo no Brasil cresce a cada ano, mas ainda é reduzido. Curiosamente, apenas 15 meses após a abertura no resseguro, o mercado brasileiro conta com mais resseguradoras atuando nessa modalidade (13) do que seguradoras (nove).

Os subsídios oferecidos aos produtores rurais devem somar R$ 273 milhões este ano, 72,8% a mais do que em 2008. Já a área segurada passará de 8,1 milhões de hectares no final de dezembro, 72,3% acima da extensão coberta no encerramento do ano passado.

Luiz Carlos Meleiro estima que o número de segurados poderá mais do que dobrar de tamanho, atingindo o patamar de 90 mil produtores rurais em 2009, com um salto de 106,2% em relação ao exercício passado.

Pelas projeções da Fenseg, haverá também um crescimento expressivo do total de importâncias seguradas, que deve chegar a R$ 12,5 bilhões no final deste ano, com incremento de 73,4% em comparação a 2008.

Durante Fórum promovido pela Allianz Seguros sobre mudanças climáticas, nesta quarta-feira, em São Paulo, Luiz Carlos Meleiro salientou que a carteira de riscos agrícolas ainda é pequena, mas poderá influenciar diretamente no resultado global do mercado de seguros quando atingir, no Brasil, o mesmo peso que representa em outros países. "Esse ramo enfrenta picos de sinistralidade a cada quatro ou cinco anos, problema agravado pelas mudanças climáticas", comentou.

Na opinião dele, essa característica serve de argumento para a aposta no seguro agrícola até mesmo pelo Governo. Luiz Carlos Meleiro lembrou que se toda a área afetada pela seca recente no Sul do Brasil estivesse coberta pelo seguro, "seria infinitamente menor o prejuízo de instituições do Governo".

Ele acrescentou que a carteira enfrenta ainda alguns problemas, tais como a necessidade de ter mais profissionais bem treinados incluindo corretores especializados, a precificação complexa, as incertezas sobre riscos climáticos e a não massificação do produto, entre outros. "A aprovação no Congresso do Fundo de Catástrofe, esperada para as próximas semanas", será fundamental para o desenvolvimento dessa carteira", frisou.

No evento, o presidente da Allianz, Max Thiermann, afirmou que as mudanças climáticas são uma preocupação de médio e longo prazo de uma seguradora. "O negócio de seguro tem forte interação com os elementos da natureza. Incentivamos as pesquisas para entender melhor nossos riscos e também compartilhar conhecimento com a sociedade.", comentou.[7]

Já a consultora Karen Suassuna, da organização WWF, destacou que os efeitos das mudanças do clima são potencialmente piores que os da crise financeira internacional. "A crise climática é mais grave porque eu não consigo colocar uma quantidade enorme de recursos financeiros para modificar o clima, como foi feito na economia. Depende de decisão e planejamento de longo prazo", disse a consultora, acrescentando que o fluxo financeiro mundial necessário para combater as mudanças climáticas nos países em desenvolvimento chegará a aproximadamente US$ 160 bilhões por ano a partir de 2017, podendo avançar a US$ 200 bilhões em 2020. "Trata-se de pouco mais de 10% do total do pacote, de US$ 1 trilhão, destinado para salvar bancos nos EUA", comparou.


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