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Fonte: Valor Econômico
A oferta de microcrédito aos brasileiros cresce a cada ano, mas ainda está aquém do volume concedido pela Bolívia e por outros vizinhos latino-americanos. Em 2006, foram concedidos cerca de R$ 500 milhões a um total de 357 mil microempresários formais e donos de pequenos negócios informais do país. "O Brasil necessita de, pelo menos, um volume dez vezes superior para atender uma base de 15 milhões de pequenos empreendedores formais e informais", calcula o professor Francisco Marcelo Barone, coordenador do programa de estudos avançados em pequenos negócios, empreendedorismo, acesso ao crédito e meios de pagamentos da EBAPE/FGV (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas/Fundação Getúlio Vargas).
De acordo com a Pesquisa Censitária sobre as Microfinanças no Brasil, obtida com exclusividade pelo Valor e realizada pela FGV e o Sebrae Nacional sobre dados financeiros e operacionais de 2004, 2005 e 2006 de 51 instituições, as microempresas não são o alvo dos bancos, mas das ONGs, OSCIPs, sociedades de crédito ao microempreendedor e agências de fomento. "São elas que realmente estão em contato direto com esse público e não os bancos, que atendem preferencialmente as empresas de porte mais estruturado", afirma Barone.
O objetivo da pesquisa era mapear a oferta de crédito para a base da pirâmide empresarial do Brasil - desde o pequeno negócio informal até a microempresa formal - e avaliar quais eram as instituições mais próximas desse público. Embora o meio bilhão de reais concedido em 2006 tenha representado uma boa injeção de capital na base da economia brasileira, o professor afirma que as mais de 200 instituições de microcrédito brasileiras ainda precisam percorrer um longo caminho para crescer e beneficiar mais negócios.
Ele diz que falta capilaridade e abrangência para atender regiões carentes como a Norte (a mais deficiente de todas), seguida pelo Nordeste. A região Sudeste é a mais bem servida. Talvez isso explique o porquê de o Nordeste ter concentrado mais de 80% dos empréstimos de 2006, seguido pelo Sul, Centro Oeste, Sudeste e Norte.
Sem essas instituições por perto, a saída, segundo o professor, é os microempresários buscarem negociações com fornecedores e tentarem adiantar dinheiro com os clientes. Mas também podem procurar agiotas, recorrer ao cartão de crédito e ao cheque especial e acabam pagando mais caro. Daí a necessidade de as instituições aumentarem sua presença, via filiais, nos mais diferentes Estados.Hoje, um microempresário consegue obter, no máximo, R$ 10 mil por ano em microcrédito. Em 2006, as empresas obtiveram uma média de R$ 1,4 mil no ano em microcrédito. Ainda em 2006, considerando-se o empréstimo médio das instituições de microfinanças, por região, o mais alto valor médio encontra-se no Sul (R$ 1.928,37) e o menor valor médio no Centro Oeste (R$ 879,50). Com esse valor, puderam comprar mais produtos, aumentar as vendas e também os lucros. Essas instituições cobram juros baixos - por volta de 4% ao mês - frente aos cerca de 9%, 10% exigidos pela maioria dos cheques especiais e cartões de crédito.
Além da necessidade de ampliar o volume de microcrédito, o professor explica que a legislação brasileira precisa ser modificada. A idéia é que, ao invés de restringir, a lei permita que as instituições passem a trabalhar também com microfinanças. Com isso, ficam habilitadas a oferecer uma gama maior de serviços e produtos como microsseguro e cartão de crédito para pequeno empresário e conta corrente diferenciada para esse público específico.
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