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Fonte: Funenseg


Na última quarta-feira, uma notícia trouxe mais uma motivação para o mercado segurador: o Brasil recebeu grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Mas de fato o que isso significa para as seguradoras, as corretoras e os profissionais que atuam nessa área?

Para entender melhor essa novidade e suas conseqüências a curto, médio e longo prazos, o "Seguro em Pauta" conversou com o professor dos cursos de Gestão de Seguros, Gestão de Vendas e Gestão da Tecnologia da Informação Julio Cezar Pauzeiro, e com o Diretor de Relações com o Mercado da SulAmérica, Arthur Farme d´Amoed.

Autor do livro "Seguro: Conceitos, Definições e Princípios" e de outras 15 publicações técnicas sobre o setor, o professor Julio Cezar Pauzeiro assina embaixo às recentes declarações das seguradoras sobre o anúncio do grau de investimento para o Brasil. "Os impactos são os melhores possíveis, e com isso, o mercado segurador poderá ser alvo de mais investimentos estrangeiros, fusões etc.", diz.

De acordo com ele, os efeitos de curto prazo serão notados nos pregões da Bolsa de Valores brasileira. "No médio e no longo prazo, é possível que outras duas agências reclassifiquem o Brasil, somando o total de três, número esse considerado ideal pelo mercado internacional para validar um upgrade desta natureza", garante.

Pauzeiro aponta alguns produtos que poderão se expandir com essa mudança de rating para o País. Ele afirma que um dos segmentos que deve crescer com investimentos estrangeiros é o da construção civil, e com ele aumenta, por exemplo, o número de negócios de Seguro Garantia. Segundo ele, esse pode ser ser considerado um momento histórico. "Finalmente o mercado de resseguros se abre, e agora fazemos parte de um seleto grupo de apenas 14 países considerados seguros para receber investimentos estrangeiros".

O Diretor de Relações com o Mercado da SulAmérica, Arthur Farme d´Amoed, tem motivos para comemorar os primeiros efeitos a curto prazo da nova nota dada ao Brasil pela Standard & Poor's. "Nossas ações subiram 7,4% no primeiro dia de operação do mercado financeiro depois da divulgação da agência, enquanto a Bovespa subiu 2,2%", afirma. O executivo considera a elevação de grau de risco a investimento algo muito válido para empresas do porte e da trajetória da SulAmérica. E faz projeções de que a liquidez dos papéis da companhia vai continuar aumentando: "Acompanhado de outros fatores, isso vai contribuir bastante para o sucesso da seguradora no mercado".

Arthur analisa outros aspectos desse cenário. Segundo ele, a retirada da barreira de compliance vai atrair um conjunto de investidores para o Brasil, que continua a ser um País com retorno interessante, mas agora com risco menor. E considera que, do ponto de vista operacional, também haverá impactos para o recém-aberto mercado de resseguros, principalmente na precificação das tarifas.

Outro desdobramento será o acesso facilitado para a renegociação de dívidas emitidas no mercado externo. "A agência apresentou uma visão prospectiva do Brasil. E não é uma visão de curto prazo. Ela diz que somos um País confiável e que pode pagar suas dívidas", conclui.


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