Notícias

AIG: o sinal que todos esperavam


Fonte: Expresso

Hoje é mais um primeiro dia do resto da vida da AIG (American International Group), o grupo segurador salvo da falência há dois anos, após receber uma injecção de 182,5 mil milhões de dólares - a maior ajuda estatal da história. Desde esta manhã Robert Benmosche (ex-MetLife) senta-se na cadeira da presidência executiva e Harvey Golub (ex-American Express) torna-se chairman. Sucedem a Edward Liddy, o homem do governo que no último ano trabalhou com um ordenado de um dólar para limpar as contas e desmantelar progressivamente a divisão que contaminou todo o grupo e a economia em geral: a AIG Financial Products.

Sentam-se sobre um confortável relatório e contas que volta a apresentar lucros após dois anos de prejuízos. Entre os passados meses de Abril e Junho o grupo AIG lucrou 1,82 mil milhões de dólares, contra prejuízos de 5,36 mil milhões no período homólogo do ano passado.

É um bom sinal de que as previsões da Reserva Federal Americana (FED) podem confirmar-se e aquela economia voltar a crescer já neste segundo semestre. Ainda ontem a conselheira da administração norte-americana, Laura Tyson, disse à Bloomberg que, afinal, não será necessário lançar o segundo pacote de reanimação económica que defendera em Julho, focado nas obras públicas. E nos próximos dois dias, todos os olhos vão estar postos na reunião da FED que reúne para decidir novas linhas mestras em termos de taxas de juro, e se haverá, ou não, novos planos de reanimação da economia americana, que, como se sabe, cada vez que espirra, contamina todas as outras.

As boas novas, ficam entretanto manchadas com as notícias do New York Times, sobre o Secretário do Tesouro Henry Paulson. Há dois anos, durante os dias de maior crise na AIG - quando se decidia se o Estado faria uma injecção de capital na AIG -, terá telefonado 24 vezes ao presidente da Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, seu ex-colega (foi de lá que Paulson saiu antes de assumir funções no governo). Questiona-se tanto empenho de Paulson em salvar a AIG quando antes o próprio optara por deixar cair a Lehman Brothers. O empréstimo estatal à AIG permitiu que a seguradora pagasse à Goldman Sachs avultadas dívidas, que de outra forma esta não recuperaria.


« Voltar