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Fonte: Portal Nacional de Seguros - Santos,SP,Brazil
Um ano e quatro meses depois da abertura da atividade de resseguros brasileira aos grupos estrangeiros, a propalada redução de preços das coberturas ainda não aconteceu, como era prevista, o que tem suscitado críticas de agentes do mercado.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Resseguros (Aber), Paulo César Pereira Reis, argumenta, contudo, que essa frustração de expectativas não pode ser atribuída a fatores internos ou à uma eventual posição dura dos resseguradores que entraram no País desde que as novas regras começaram a vigorar, em abril do ano passado.
Paulo Pereira culpa a crise internacional, que, na avaliação dele, encareceu muito o capital em todo o mundo. O cenário mudou e claro que isso se refletiu no Brasil. Mas, posso assegurar que, sem a abertura, a situação seria pior, inclusive no que diz respeito ao preço do resseguro, sentencia o presidente da Aber.
Para ele, o fato de o Brasil ter atraído 65 resseguradoras estrangeiras é bastante positivo e indica como o mercado local desperta a atenção dos grandes players internacionais. Ao rebater as críticas à política de aceitação de riscos adotada pelas resseguradoras em atividade no Brasil, tida como restritiva e muito conservadora, o executivo diz que cada empresa adota uma estratégia de atuação. Para ele, não há retração na oferta de coberturas.
ironia. Quero ver a lista das empresas brasileiras que não conseguem contratar seguro e resseguro. Até para que possamos explorar esse nicho, ironiza Paulo Pereira, fazendo referência à entrevista publicada nesta página, há 15 dias, com o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (Sincor-RJ), Henrique Jorge Duarte Brandão, segundo o qual até duas mil empresas de médio e grande portes estariam encontrando dificuldades na contratação de coberturas.
O presidente da Comissão de Seguro e Resseguro da seção carioca da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Fábio Torres, compartilha da posição manifestada por Paulo Pereira. O risco ruim é naturalmente mais caro, julga Fábio Torres, insinuando que a dificuldade decorre da qualidade do risco.
Segundo Fábio Torres, promover alguns ajustes na legislação do resseguro é uma possibilidade que existe em todos os mercados abertos. É ponto importante aproximar o máximo possível o marco regulatório aprovado no Brasil ao que é adotado no exterior, defende Fábio Torres, que foi consultor do IRB Brasil Re e, hoje, comanda um escritório de advocacia especializado nas áreas de seguros e resseguros.
Já o diretor da Scor Re Life Brasil, Ronald Kauffman, critica abertamente a norma que limita a ação imposta às categorias de resseguradoras admitidas e eventuais. A reserva de 60% dos negócios atribuída às resseguradoras locais nos três primeiros anos de vigência da regulamentação, ou seja, até abril de 2011, quando o percentual cairá para 40%, na opinião dele engessa o mercado e é, no momento, um dos gargalos no processo de abertura.
Para Kauffman, essa situação inibe a oferta de novos tipos de coberturas para os consumidores. Em recente palestra em encontro de atuários, realizado em São Paulo, ele assegurou, no entanto, que acredita em bons resultados obtidos a partir de parcerias firmadas por resseguradoras e seguradoras brasileiras.[7]
No encontro, ele assinalou que a oferta preferencial das resseguradoras locais pode limitar o desenvolvimento de negócios principalmente no ramo vida. Tenho esperanças de que essa reserva será modificada futuramente, pelo menos para ramos que estabelecem parcerias de mais longo prazo entre as seguradoras e resseguradoras, disse o executivo.
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