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A volta do velho SNI


Fonte: Último Segundo

Um dos grandes desafios da economia será passar incólume por 2010. Para tanto será importante minimizar as fontes de escândalo. Nas últimas eleições, dossiês, armações políticas, caso Lunnus, caso aloprados, comprovaram amplamente o potencial de intranquilidade que essas máquinas de dossiês trazem para a economia.
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Um dos focos de instabilidade e dossiês provavelmente será a ABIN (Agência Brasileira da Inteligência).

Quando o ex-presidente Fernando Collor liquidou o SNI (Serviço Nacional de Investigações), este era um centro de nepotismo. Os melhores quadros acabaram saindo e indo para a iniciativa privada, trabalhar em inteligência competitiva.

Assim como na Polícia Federal, levou um bom tempo para se iniciar a modernização. Melhoria de salários (R$ 10 mil iniciais) e concursos públicos acabaram trazendo para ambos os órgãos uma geração nova, de alto nível, recrutada nas melhores universidades do país, que tiveram que enfrentar vícios e esquemas da velha guarda.

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Em pouco tempo houve um choque com os quadros antigos. Enquanto os concursados dominavam novas ferramentas tecnológicas, os quadros tradicionais tinham dificuldades até para transferir imagens de videocassetes para computadores.

Exemplo maior foram os aposentados da ABIN arregimentados por Protógenes - que, no início, fechava com a velha guarda. Além do baixíssimo nível, chegaram dando "carteirada" e chamando a atenção para a operação.

O segundo aspecto foi a ideologização dos antigos. Enquanto os concursados entendem a inteligência como um fator de avaliação de riscos e oportunidades do país, proteção ao conhecimento e às patentes, a geração SNI trabalham sob o velho conceito da segurança nacional.

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A velha guarda tem um histórico de relacionamento com a barra-pesada do jornalismo brasiliense e uma tendência irrefreável de divulgar dossiês sem muita substância. Como o caso do suposto dinheiro das FARCs colombianas nas eleições de 2006, uma manipulação besta de alguém da velha guarda que ouviu de um amigo, para quem um colega disse que ouviu de um amigo... Bastam duas pontas irresponsáveis - a fonte da velha guarda e o jornalismo barra-pesada - para produzir um escândalo que, antes de se esvaziar como um balão murcho, produz incêndios e estragos.

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Na Polícia Federal, o grupo profissional se impôs graças ao trabalho inicial de Paulo Lacerda, prosseguido pelo delegado Luiz Fernando.

Na ABIN, havia esperança por parte dos concursados de que o profissionalismo iria seguir o mesmo caminho. No início, com Paulo Lacerda, caminhava-se para isso.

A saída de Lacerda desarticulou totalmente o órgão. Sob nova direção, a velha guarda passou a ocupar os cargos comissionados. O órgão deixou de ter visão estratégica. Hoje em dia, a maior parte dos funcionários passa o tempo fuçando a Internet ou então produzindo relatórios insossos sobre sem-terras e movimentos sociais.

Há uma ampla desmotivação da banda mais profissional que esperava que, com Lula, pudesse haver uma profissionalização maior no órgão.

2010 cobrará a conta dessa desatenção para com a ABIN.

Perspectivas para a economia melhoram

Pela terceira semana consecutiva, as projeções para o PIB de 2009 foram revisadas. No boletim Focus do Banco Central desta semana, a mediana de expectativas para o PIB subiu de -0,34% para -0,3%. A estimativa para a produção industrial também melhorou, com a contração passando de -7,18% para -7,05%. Para 2010, o otimismo aumentou: a mediana para o PIB subiu de 3,8% para 4%. Já a estimativa de aumento da produção industrial no ano que vem subiu de 5% para 5,05%.

Menos imposto, mais gestão

O Brasil não precisa de mais impostos para a saúde. "Vejo que não precisa de mais recursos, mas de uma gestão melhor do que é arrecadado", disse Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Amaral explicou que os recursos para a saúde vêm do Cofins, CSLL, contribuições previdenciárias e um pouco das receitas da loteria e jogos. O governo estuda criar a CSS (Contribuição Social para a Saúde) para obter novos recursos à saúde.

BC seguirá aumentando reservas

O Banco Central pretende continuar comprando dólares para aumentar a reserva cambial, que deve atingir US$ 230 bilhões até o fim do ano. "O Brasil tem qualidades tão grandes que vai ser uma economia que atrairá muito capital", disse o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho. Segundo o BC, as reservas no dia 20 de agosto estavam em US$ 213,956 bilhões.

O novo ciclo de desenvolvimento

O Brasil já está saindo da crise mundial e iniciando um ciclo de desenvolvimento, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "O Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a sair. Já estamos deixando para trás os índices negativos de crescimento", disse. "Tivemos um ciclo de 2003 a 2008 e estamos preparados para outro", continuou. Para Mantega, a concessão de crédito garantido pelos bancos públicos ajudou o País a atravessar a crise.

Pedidos à indústria sobem na Eurozona

A indústria da zona do euro mostra recuperação, mas está longe do desempenho de 2008. Os pedidos à indústria nos 16 países que adotam o euro como moeda subiram 3,1% entre maio e junho deste ano. Analistas esperavam uma expansão de 3%. Foi a maior alta desde novembro de 2007, de acordo com a agência de estatísticas Eurostat. Na comparação com junho de 2008, a queda foi de 25,1%, abaixo da expectativa de 26,9% do mercado.

Itaú e Porto Seguro firmam parceria

O Itaú Unibanco caminha a passos largos no setor de seguros, ao anunciar a associação com a Porto Seguro. A parceria prevê a união das operações de seguros residenciais e de autos de ambas na Porto Seguro, que terá patrimônio líquido de R$ 950 milhões. Em contrapartida, a Porto Seguro fará uma emissão de ações que representarão 30% do seu capital para o Itaú. Os prêmios acumulados no segmento de automóveis somam R$ 2,319 bilhões, e R$ 198 milhões em residenciais.


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