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Visão do Mercado sobre a união do Itaú Unibanco com a Porto Seguro


Fonte: Portal Nacional de Seguros

PsiuPar é vista como positiva Analistas vêem vantagens, tanto para o banco, como para a seguradora A união entre o Itaú Unibanco e a Porto Seguro criando uma gigante do setor, a PsiuPar, é vista como positiva pelos analistas.

A visão é que a operação representará ganho de escala e ganhos de sinergia para as duas empresas. No caso específico da Porto Seguro, que assume os produtos de seguro de automóvel e residencial da instituição financeira, a possibilidade de vendas nas agências amplia a capacidade da empresa.

Esta é a principal vantagem da união da Porto Seguro com o Itaú Unibanco. Atualmente o Itaú Unibanco possui quase 5 mil pontos de distribuição e trabalha com 16,5 mil corretores já a Porto Seguro conta com 20 mil corretores. A associação deve se estender, no futuro, para outros segmentos atendidos pelas instituições. Potenciais sinergias De acordo com Standard & Poor"s Ratings Services, o negócio de seguros a ser transferido a Porto Seguro é pequeno para o conglomerado financeiro do Itaú Unibanco e, portanto, não terá impacto sobre o resultado da instituição.

"No entanto, esperamos que o Itaú Unibanco se beneficie da expertise reconhecida da Porto Seguro no ramo de seguros de automóveis e da posição de mercado mais robusta das operações combinadas. Potenciais sinergias e a alavancagem por meio da rede de distribuição deverão possibilitar ao Itaú Unibanco se favorecer de seu investimento na área de seguros e melhorar sua rentabilidade", explica o relatório divulgado pela instituição. A S&P destaca que a associação para unificar suas operações de seguros residenciais e de automóveis não terá impacto imediato sobre os ratings do Itaú Unibanco (BBB/Estável/A-3 e brAAA/Estável/brA-1).

A união inclui um acordo operacional para oferta e distribuição, em caráter exclusivo, de produtos de seguros residenciais e de automóveis para os clientes da rede Itaú Unibanco no Brasil e no Uruguai. A operação combinada teria um patrimônio líquido de R$ 3 bilhões e prêmios auferidos de R$ 3,4 bilhões acumulados até junho de 2009. Positiva para o banco Segundo os especialistas do Credit Suisse, a transação é muito positiva para o banco, que combina a sua ampla rede de distribuição com a Porto Seguro, que detém forte expertise no seguro de carro. O segmento de seguros tem uma representatividade ainda pequena nos resultados do Itaú Unibanco, mas tende a crescer após a associação.

No primeiro semestre, o negócio representou pouco menos 12% do lucro da instituição. Enquanto o lucro líquido recorrente do Itaú Unibanco nestes seis primeiros meses do ano somou R$ 4,99 bilhões, o lucro da área de seguros, vida e previdência, correspondeu a soma de R$ 526 milhões. O valor descarta a capitalização. Sem considerar, o segmento de vida e previdência, a área de seguros do Itaú rendeu um lucro de R$ 61 milhões no segundo trimestre e de R$ 87 milhões nos primeiro três meses do ano.

Os analistas do Credit acreditam que as operações com seguros passem a ser um importante driver de crescimento dos resultados do banco nos próximos anos, diante da potencial de penetração adicional dos produtos, especialmente dentro da base de clientes ex-Unibanco. Por este motivo, a recomendação para as ações é de outperform (acima da média do mercado). Recomendação de compra Também recomendam compra para os papéis do Itaú Unibanco os analistas da Merill Lynch Bank of America. O preço alvo é de R$ 35,00 para as ações.

O acordo anunciado é classificado como positivo pelo analista do banco Jorg Friedemann, já que se enquadra perfeitamente na força da carteira de financiamento de veículos do banco, o que permite oportunidades de venda para seguros de automóveis. A Porto Seguro tem uma marca forte em seguros de veículos e experiência no ramo de auto, com 21% de market share. Segundo relatório do Banco Espírito Santo (BES), durante a nova associação acontecerá a emissão de 98.292.519 de ações, o que equivale aos 30,0% do novo capital social da Porto Seguro. No cálculo dos analistas do BES, que considera a cotação de fechamento de R$ 16,00, no dia 21 de agosto, o valor de mercado passaria de R$ 3,6 bilhões para R$ 5,2 bilhões, ou seja, a diferença corresponde a R$ 1,572 bilhão.

Tal valor representa a quantia paga pela Porto Seguro ao Itaú pela transferência de ativos e passivos de sua operação de seguros automóvel e residencial e representa um múltiplo de transação de 1,66x P/VP (preço sobre valor patrimonial por ação), considerando o patrimônio líquido de R$ 950 milhões. "O múltiplo pago pela aquisição é inferior ao que a companhia negociava com base na cotação do dia 21/08/09, o que implica na criação de valor para o acionista", afirmam.

Com base na cotação de fechamento de do último dia 21, a Porto Seguro negocia a um múltiplo de 1,75x. "No caso de entendermos que a Porto Seguro consiga fazer com que a operação do Itaú seja avaliada ao mesmo múltiplo que o mercado avalia, a diferença de múltiplo sobre o valor do patrimônio adquirido de R$ 950 milhões agregaria um valor de R$ 87 milhões para a nova companhia", explica o relatório. Levando em consideração o preço da ação de R$ 17,50, com base na cotação de 24/08, o mercado avaliaria o negócio a um múltiplo P/VP de 2,17x, enquanto que a companhia resultante da associação negociaria a um P/VP de 1,88x.

O relatório explica que a diferença entre esses múltiplos resultaria numa expectativa de ganhos de sinergia, pelo mercado, seja em receita ou despesa no montante de R$ 404,0 milhões.


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