Notícias

Gávea e Arsenal vão gerir juntas patrimônio de R4,5 bi


Fonte: O Globo

SÃO PAULO (Reuters) - A Gávea e a Arsenal decidiram unir suas áreas de gestão de patrimônio e juntas irão administrar 4,5 bilhões de reais em recursos de cerca de 60 clientes.

A fusão dá origem à Gávea Arsenal Gestão de Patrimônio e envolve apenas esse ramo de atividade, com os negócios de fusões, aquisições e reestruturação da Arsenal e de hedge funds e estratégias ilíquidas da Gávea permanecendo independentes.

As conversas para costurar o acordo, anunciado nesta quarta-feira, começaram no início do ano. Em maio, o sócio-fundador da Arsenal e considerado mentor das operações, Roger Ian Wright, morreu em um acidente de avião na Bahia.

As duas gestoras possuem complementaridade geográfica, já que a Gávea está atualmente mais concentrada no Rio de Janeiro e a Arsenal em São Paulo.

"O Comitê de Investimentos da área de gestão de patrimônio da Gávea, sob o comando de Armínio Fraga Neto e participação de seus principais sócios e sócios da Arsenal, balizará as decisões referentes à gestão de recursos dos nossos clientes", segundo comunicado enviado a clientes e obtido pela Reuters.

Os sócios responsáveis pelas áreas de gestão de patrimônio da Gávea e da Arsenal, Marcelo Stallone e Fernando Barrozo do Amaral, respectivamente, preferiram não detalhar como ficará a estrutura acionária da nova empresa, reforçando que se trata de uma associação.

"A gestão será de forma compartilhada. Estamos trabalhando nas sinergias", afirmou Stallone à Reuters. "Decidimos unir por entender que a filosofia de atuação entre as duas empresas é muito semelhante, e juntas terão uma robustez e benefícios maiores do que se separadas", complementou Barrozo do Amaral.

Ambos também reforçaram que os objetivos não mudam, com o foco no cliente e uma abordagem bastante personalizada guiando as decisões de estratégia. Segundo eles, no curto prazo não deve haver mudança no quadro de funcionários da área de gestão, que soma 25 pessoas com a união dos negócios.

O cenário de crescimento do setor também foi um componente citado pelos dois profissionais para a fusão. "O mercado está em crescimento no Brasil, e as duas empresas já estavam sentindo isso. Juntas, isso será melhor", disse Barrozo do Amaral.

FUSÃO ACELERADA

De acordo com uma fonte do mercado ouvida pela Reuters, que preferiu não ser identificada, quem tocava a Arsenal era Roger Ian Wright.

"Depois que ele morreu e não deixou herdeiro, eles (Arsenal) precisavam de um nome forte. Como eles administram muita gente graúda, com a morte do Roger podem ter ficado um pouco inseguros: ou colocavam alguém grande e com nome, ou poderiam sofrer saques", disse a fonte.

"A Arsenal deve continuar na parte de fusões e aquisições, que eles são muito bons. Na prática, passa a parte de gestão para a Gávea. Ela deve ganhar uma parte do lucro, como na operação entre Itaú Unibanco e Porto Seguro, em que o primeiro passou a carteira de seguros para o segundo e, em troca, recebeu 30 por cento de uma Porto Seguro maior", acrescentou a fonte.

(Edição de Cesar Bianconi)


« Voltar