Este website utiliza cookies
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.
Fonte: Jornal de Notícias
As seguradoras recusam pagar as despesas de tratamento aos doentes que tenham a nova gripe devido ao "carácter pandémico". Alegam que não conseguem calcular os riscos para estabelecer os preços correctos.
A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) esclareceu, ontem, que a não cobertura das despesas de tratamento da gripe A "deve-se não ao facto de se tratar de uma doença infecto-contagiosa, mas sim ao facto de assumir um carácter pandémico". Pedro Seixas Vale, presidente da APS, quis deixar bem claro que "a norma é que não há cobertura de despesas em caso de uma doença pandémica".
Num comunicado publicado ontem, a APS salienta que "esta exclusão se deve ao facto de nenhum segurador poder medir o risco de uma pandemia, nem quanto à frequência nem quanto à extensão ou custo". Torna-se, por isso, refere o texto, "impossível quantificar o risco e estabelecer um preço correcto e transparente para cada cidadão".
Ao JN, várias seguradoras confirmaram que estão a informar os clientes de que não há comparticipação para o medicamento Tamiflu e similares, colocando essa exclusão nas "Condições Gerais" do seguro, designadamente através da seguinte cláusula de exclusão: "doenças epidémicas oficialmente declaradas ou doenças infecto--contagiosas de notificação obrigatória". A polémica instalou-se quando os clientes das seguradoras viram recusada a cobertura.
A própria ministra da Saúde manifestou surpresa ao saber que os seguros de saúde não pagam as despesas relacionadas com a gripe A. Na versão da governante, trata-se de "uma doença infecciosa produzida por um vírus, tal como a gripe sazonal ou as amigdalites e pneumonias".
Mas, as seguradores argumentam que a cobertura desse tipo de problema de saúde "seria altamente irresponsável". "Não havendo modelos fiáveis de avaliação do risco, os custos com sinistros poderiam rapidamente conduzir uma seguradora à falência, afectando todos os segurados e beneficiários clientes da seguradora mesmo de outros ramos de seguro", justificam.
O comunicado resulta de uma posição concertada entre as seguradoras que, entretanto, iniciaram uma campanha de sensibilização dos clientes. O processo foi implementado nos canais telefónicos, e nos portais de clientes.
Em Portugal, havia no final de 2008 cerca de dois milhões de pessoas com seguro de saúde. Ontem, foram apresentados os dados do sector no primeiro semestre de 2009, tendo Seixas Vale concluído que o mesmo se "ressente da quebra da actividade económica".
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais.