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A experiência internacional do resseguro saúde


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Fonte: IRB

Para contar as experiências norte-americana, latino-americana e européia do mercado de resseguro saúde, a Escola trouxe, dos Estados Unidos, o consultor em Atuária da Milliman, Inc., David Olsho, e da Alemanha, o diretor da Benfield Group, Hans Radde.

Segundo Olsho, o resseguro saúde está entre os tipos mais comuns nos Estados Unidos e se divide entre quota parte e excesso de danos, renda por invalidez e tratamento de longo prazo. Ele contou brevemente a história da modalidade no país, enfatizando a existência dos chamados ciclos de seguro. "No primeiro ano tudo está bem. Então, as pessoas que não atuam no mercado começam a entrar. As seguradoras cortam os preços para se tornarem mais competitivas e há uma pressão para a redução dos prêmios, reduzindo o lucro. No terceiro ano, elas começam a registrar perdas e, no quarto ano, esse prejuízo torna-se substancial, fazendo com que as pessoas saiam do mercado, voltando a subir os preços e, retornando assim, ao início do ciclo. O impressionante é que as pessoas não aprendem", disse Olsho.

O consultor falou sobre a alta disponibilidade de resseguro saúde nos anos 80 e 90, causada por uma forte demanda por parte das seguradoras em contratar resseguro e pela entrada de novas resseguradoras no mercado, que impunham poucas restrições às cedentes. Ainda sobre esse período, o palestrante lembrou a existência do resseguro de especialidade, que acabou não tendo vida longa por apresentar custos elevados e precificação conservadora. "Eles ofereciam cobertura para AIDS, queimaduras, recém nascidos de baixo peso e outros. De todos, o único bem-sucedido foi o para transplante de órgãos, porque não oferecia apenas o resseguro, mas outros serviços", explicou.

"Segurados e resseguradoras precisam trabalhar em parceria"

Já no final dos anos 90, contou Olsho, o cenário mudou: o número de resseguradoras diminuiu e mais restrições passaram a ser feitas às seguradoras. Ao final, ele encerrou dando algumas recomendações, entre elas o alinhamento de todas as partes envolvidas. "Não é uma concorrência, segurados e resseguradoras precisam trabalhar em parceria", sugeriu. Outro conselho foi o de aprender a dizer não. "Não vamos oferecer apenas para ficar com o cliente. Temos que ter disciplina para dizer não. Às vezes é melhor não arriscar".

Hans Radde contou que a idéia do sistema público de saúde surgiu na Alemanha, com o seguro saúde obrigatório, que contribuiu para o aumento da expectativa de vida. No entanto, o envelhecimento da população foi determinante para que aquele sistema começasse a ter problemas de financiamento. "Onde há problemas, há oportunidades. Nos anos 80, o seguro privado de saúde cresceu na Europa", afirmou.

De acordo com o executivo, existem hoje quatro sistemas de seguro privado de saúde: obrigatório, substitutivo, complementar e suplementar. "O seguro substitutivo é adotado pela Alemanha, Bélgica e Holanda e funciona melhor para pessoas que não têm família. Mas uma vez que a pessoa deixa o seguro social, não pode mais voltar", explicou. O sistema complementar é adotado na maior parte da Europa, principalmente o de cobertura odontológica.

Sobre o resseguro, o palestrante informou que, na Europa, o stop loss específico é praticamente o único oferecido, por ser o mais adequado às necessidades do mercado segurador - pois limita a perda do segurado - e por contar com bases estatísticas suficientes. E, assim como acontece na Europa, o stop loss é oferecido na maioria dos países latino-americanos, seguido do de quota parte. Para Radde, antes de contratar um resseguro deve-se atentar para alguns fatores determinantes, como a gama de produtos disponíveis, o alcance da cobertura, as carteiras, os resultados técnicos, a percepção sobre o risco, a quantidade de resseguradores e a análise retrospectiva e de futuro.


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