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Fonte: Bem Paraná
Esquema rendia indenização de R$ 13 mil para falso morto
Policiais do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) prenderam, no litoral do Paraná e em Curitiba, três suspeitos de montar, com um ex-funcionário do Instituto Médico-Legal, farsa para receber ilegalmente dinheiro do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Dpvat). O trio, com a ajuda do papiloscopista que trabalhava no IML, é acusado pela polícia de atribuir falsa identidade a um cadáver, para receber cerca de R$ 13 mil. Todos foram presos no balneário de Ipanema, em Pontal do Paraná, no litoral do Estado.
"Descobrimos este caso na seqüência das investigações da tentativa de golpe de 1,5 milhão de dólares a uma seguradora americana. O caso é parecido com o já desvendado, mas, neste caso, os golpistas conseguiram concluir o plano para receber o Dpvat", explicou o delegado do Nurce, Wagner Holtz Merege Filho.
Segundo a polícia, durante as investigações, os policiais descobriram algumas ligações de João Cavalli, funcionário do IML, preso na operação passada, com o corretor de seguros Cláudio Lopes, 42, que seria responsável por intermediar pagamentos do Dpvat, com possíveis vítimas de acidente de trânsito. "Descobrimos que os dois fecharam acordo para atribuir falsa identidade a um cadáver para poder receber o dinheiro do seguro", disse.
ATROPELAMENTO - De acordo com o delegado, os dois ofereceram R$ 1,5 mil a Ana Paula Lessin Lopes, 21 anos, para reconhecer um cadáver como sendo seu pai, Odilon Lopes, 61 anos, que também receberia R$ 1,5 mil para completar a farsa. "No dia 16 de maio do ano passado, uma vítima de atropelamento morreu, depois de dar entrada no Hospital do Trabalhador, e, no dia seguinte, foi encaminhada ao IML, onde ficou sem identificação até o começo de junho. Este tempo, de praticamente 15 dias, foi o suficiente para a dupla armar o golpe", afirmou o delegado.
Segundo as investigações, em 2 de junho, Ana Paula esteve no IML e identificou o cadáver como sendo o de seu pai. No dia seguinte, o corpo foi enterrado no Cemitério do Boqueirão. Com a identificação oficial, o corretor iniciou os trâmites para a que a família pudesse receber o dinheiro do seguro. "O corretor Cláudio entregou para pai e filha, coniventes com o golpe, R$ 3 mil. O restante ele dividiu com o funcionário do IML, João Cavalli" afirmou o delegado.
Com a descoberta, em abril, do golpe envolvendo João Cavalli e Mércio Barbosa, que pretendiam receber mais de 1 milhão de dólares de uma seguradora americana, pai e filha resolveram sair da cidade e foram morar com parentes no litoral. Na tarde quinta-feira (29), foram localizados e presos. Em Curitiba, os policiais do Nurce prenderam também o corretor Cláudio Lopes. Os três, juntos com o funcionário, que já estava preso, vão responder por estelionato, formação de quadrilha e corrupção.
IDENTIFICADO - A polícia já descobriu que o corpo enterrado no cemitério do Boqueirão é de Antônio de Souza. "Já pedimos a exumação do cadáver para os exames que vão esclarecer sua verdadeira identidade. As investigações prosseguem, já que existe a possibilidade de existirem mais casos envolvendo o corretor e o papiloscopista", disse o delegado Wagner. A exumação deve ocorrer ainda nesta semana.
As investigações contam com a colaboração de informações que estão sendo fornecidas pelo IML. "Estamos fazendo levantamentos minuciosos em prontuários a partir de novembro de 2005. Cavalli era o grande elo de ligação entre o IML e os golpistas", explicou o coronel Almir Porcides Junior, interventor do instituto.
"As investigações vão confrontar, a partir de agora, todos os laudos que possam, de alguma forma, fazer parte de fraudes envolvendo o Dpvat", finalizou Sérgio Sirino, delegado-chefe do Nurce.
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