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A nova era da capitalização


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Fonte: funenseg

A nova regulamentação do mercado de capitalização, anunciada pela Susep na última quinta-feira, foi bem recebida pelo mercado, que resumiu a principal mudança desse segmento em uma palavra: transparência. "Era necessário um marco regulatório para esse setor, que assim vai se tornar mais transparente, com a divisão em quatro modalidades de produto (clássico, popular, compra programada e de incentivo)", define Hélio Portocarrero, diretor executivo da Federação Nacional das Empresas de Capitalização (Fenacap).

As medidas só entram em vigor em 2009, mas o processo para chegar a essa nova regulamentação começou em 2004, quando a Comissão de Capitalização da então Fenaseg elaborou uma pesquisa junto a um público formado por consumidores, ex-consumidores e formadores de opinião. O objetivo era verificar a imagem e o entendimento que eles tinham sobre o mercado de capitalização. "O título de capitalização é, na sua origem, uma forma de se guardar dinheiro e concorrer a sorteios, mas com o passar do tempo ele foi se ajustando e ganhando novas aplicações", resume Rita Batista, presidente da Comissão de Capitalização naquela época e atual presidente da Comissão de Produtos e Coordenação da Fenacap.

"Capitalização é um excelente produto, mas passava uma visão de que todos os tipos de títulos eram iguais, o que confundia o consumidor", analisa o corretor de seguros, contabilista e professor da Escola Nacional de Seguros, Albano Gonçalves. Com a nova regulamentação, ele não tem dúvidas de que a finalidade de cada tipo de capitalização vai ficar mais clara tanto para a empresa como para o consumidor, e que com isso o mercado tem tudo para crescer. "O Brasil é um país com baixo índice de poupança interna e por isso tem grande potencial para atrair novos poupadores. E a capitalização é um caminho para isso", afirma Albano.

Na opinião dos três, a principal medida está na divisão do mercado em quatro tipos de produtos de capitalização: clássico, que devolve 100% do valor corrigido; compra-programada, para aquisição de bens; popular, que oferece prêmios e sorteios; e incentivo, oferecido a empresas como atrativo à venda e para evitar inadimplência. Entre outras mudanças positivas, eles citam a nova redação dos contratos, que deverão ser mais claros e objetivos. Questões que geravam dúvidas, como a carência para o resgate do título, deverão vir em maior destaque nos textos. Algumas alterações ainda estão sendo discutidas pelo comitê de produtos da Federação e devem ser definidas até o fim deste ano. O grupo também está desenvolvendo um guia de melhores práticas do mercado.

Com tantas mudanças, a perspectiva é de que haja novos entrantes e produtos no mercado, que vem crescendo, em média, 10% a cada ano, desde 2002, e com isso deve ganhar mais espaço junto ao consumidor. "O percentual de crescimento deve aumentar para 15%", acredita Rita Batista.


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