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Governo espera demanda crescente de subvenção ao prêmio do seguro rural


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Fonte: Fenaseg

O diretor do Departamento de Gestão e Risco Rural da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wellington Soares de Almeida, manifestou-se esperançoso de que os recursos disponibilizados este ano para a subvenção do seguro rural tenham uma demanda mais expressiva que nos exercícios anteriores. Este ano serão R$ 160 milhões do programa de subvenção aos prêmios, cifra que, se totalmente utilizada, significará a emissão de 82 mil contratos, R$ 7 bilhões de capital segurado e uma área coberta de 5,9 milhões de hectares.

Segundo ele, as sobras de recursos da subvenção devem-se a vários fatores, incluindo-se alguma desmotivação dos produtores em contratar seguros e ainda uma cautela das seguradoras após sustos climáticos ocorridos na região Sul do País, a que mais concentra negócios, entre 2000 e 2004.

A propósito, as variações climáticas têm provocado fortes perdas para o seguro. Dados do Ministério da Agricultura demonstram que, no período de julho de 1995 até dezembro de 2005, a arrecadação no seguro rural foi de R$ 227 milhões e a sinistralidade, de R$ 506,3 milhões, fazendo a carteira ter perdas da ordem de R$ 229,2 milhões. Nesse quadro, muitas seguradoras preferiram reduzir a participação nesse nicho de mercado.

Mesmo assim, o governo tenta, via subvenção, massificar as contratações do seguro rural. Para Wellington Soares de Almeida, a subvenção é o passo mais importante para reduzir o valor do prêmio para o produtor rural, que, via seguro, tem mais condições de manter sua renda estável e maior facilidade de acesso ao crédito rural. O seguro rural, entre outros méritos, pode diminuir a demanda por renegociação e prorrogação de dívidas rurais e induzir o uso de tecnologias de plantios mais adequadas.

O especialista, contudo, admite que o mercado ainda tem imperfeições pelos lados da oferta e da demanda. A inexistência da oferta de seguros em todas as regiões agrícolas e a concentração do seguro em poucas culturas (por ordem, soja, maçã, milho e uva) são dois obstáculos que precisam ser superados. Para ele, medidas como a abertura do resseguro, a criação do Fundo de Catástrofe do Seguro Rural, qualificação de profissionais para atuar na regulação de sinistros e a criação e a manutenção de banco de dados podem ampliar a oferta de seguros.

Pelo lado da demanda, o programa de subvenção ao prêmio rural, aumento no limite de crédito rural para a cultura segurada, melhoria na divulgação dos índices de produtividade das lavouras são ações consideradas relevantes para elevar a procura de coberturas rurais. As considerações de Wellington de Almeida foram feiras durante o seminário Risco e Gestão do Seguro Rural no Brasil, evento realizado na semana passada, no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por instituições ligadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como a Embrapa, e entidades do mercado de seguros - Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) e Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).


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